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Inflação em alta é alvo de atenção dos investidores
Semana trará resultados da Fipe e do IBGE sobre junho
DA REPORTAGEM LOCAL
O segundo semestre de 2007
inicia com um desafio que dificilmente os mercados cumprirão: superar ou pelo menos
igualar o desempenho visto no
primeiro semestre, quando as
Bolsas bateram sucessivos recordes no mundo. A Bovespa
teve alta média de 22,3% no semestre. Nos Estados Unidos, a
Bolsa de Nova York subiu
7,59% e a Nasdaq, 7,78%.
No Brasil, a expectativa é
que, com a redução dos juros, a
Bolsa suba ainda mais, mas não
repita o mesmo desempenho.
Analistas apontam que o Ibovespa pode passar de 60 mil
pontos até dezembro, o que
confere um ganho de mais
10,3% em 2007. "Há potencial
para subir, mas teremos períodos de realizações [baixa]", disse Fausto Gouveia, da Alpes.
A primeira semana, porém,
começa com negócios em ritmo
fraco devido ao feriado americano da Independência, na
quarta, e depois ao feriado prolongado paulista de Nove de
Julho, na segunda-feira.
Hoje sai o resultado da balança comercial fechado de junho,
dado que costuma mexer com o
mercado de câmbio. "As importações estão crescendo mais rápido do que as importações. Vemos algumas empresas com dificuldade de embarcar produto
para o Brasil, o que vai escoar
no segundo semestre. As importações crescem sempre no
final do ano. Não será motivo
para virar a balança, mas terá
impacto significativo", disse
Adilson Goes, da Levycam.
A semana traz índices importantes de inflação, que mostra
sinais preocupantes de aceleração quando são olhadas as taxas
acumuladas em 12 meses. Na
quarta, a Fipe divulga o IPC fechado de junho em São Paulo. A
expectativa é que fique em
0,45%, o que resulta em uma
inflação de 4,77% em um ano
-bastante acima dos 3,98% do
mesmo período de 2006.
Na sexta, o IBGE divulga o
IPCA de junho. Analistas esperam que o índice, que baliza a
meta de inflação, suba 0,3%
-daria 3,71% em um ano, também acima dos 3,18% do mesmo período do ano anterior.
Segundo o economista Elson
Teles, da Corretora Concórdia,
o próprio Banco Central não
considerava no relatório de inflação uma taxa tão alta. "O dado mostra que a inflação parou
de acelerar e ficou estável em
relação aos meses anteriores,
mas ainda mais alta do que no
ano passado. Diminuiu a folga
que tinha em relação à meta de
inflação [de 4,5%]. São surpresas negativas que devem ser
analisadas com lupa. Há a preocupação de aumento da demanda. A inflação está mais alta do que se imaginava", disse.
Dados americanos
Nos EUA, saem amanhã os
dados das encomendas da indústria e das vendas de carros,
importante indicador do consumo de bens duráveis no país.
Na semana passada, o Departamento de Comércio reportou
um resultado fraco nas encomendas de bens duráveis em
maio, especialmente na compra de máquinas e bens de capital, o que sinalizou perigo de
desaceleração na maior economia do mundo. Foi a maior retração em quatro meses.
A notícia derrubou os juros
dos títulos do Tesouro americano, que encerraram a semana
com taxa de 5,033% ao ano, a
menor desde 7 de junho, quando passaram dos 5%.
Os dados mais esperados nos
EUA, porém, são a taxa de desemprego e a posição de vagas
criadas em junho, que saem na
sexta. A expectativa é que o desemprego fique, mais uma vez,
em 4,5% da população economicamente ativa. Qualquer dado que sinalize aquecimento do
mercado de trabalho americano terá o potencial de derrubar
os mercados internacionais.
(TONI SCIARRETTA)
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