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Investimento sobe com ciclo de valorização
DA REPORTAGEM LOCAL
Indústrias de papel e celulose já
estabelecidas no Brasil, como Klabin, Aracruz, Ripasa e Votorantim, iniciaram 2002 com um forte
processo de investimentos. Cerca
de US$ 1 bilhão deve ser injetado
por essas e outras empresas em
fábricas e plantações.
Isso porque o setor registra geralmente um ciclo de sete anos de
aumento dos preços e mais sete
de redução, e tudo indica que
2002 será o primeiro de mais uma
série de anos de valorização dos
preços mundiais da celulose.
As estimativas são que as empresas investirão US$ 12 bilhões
nos próximos dez anos. O projeto
da BrancoCel é parte dessa empreitada, que pretende elevar a
produção de celulose (matéria-prima do papel) dos 7,4 milhões
de toneladas de 2001 para 9 milhões de toneladas em 2003.
Os projetos se justificam sobretudo porque o país é um grande
exportador. "O consumo interno
aumenta ao ano cerca de um ponto percentual acima do PIB [Produto Interno Bruto" no Brasil e
deve crescer cerca de 4% em 2003
e 2004. Nos países desenvolvidos,
no entanto, a expectativa é a de
uma expansão em torno de 6%",
afirma Osmar Zogbi, presidente
da Bracelpa (Associação Brasileira de Celulose e Papel).
Segundo Zogbi, o vaivém dos
preços internacionais de celulose
está diretamente ligados às expansões e estagnações da produção mundial. Quando a celulose
atinge uma cotação alta, vários
grupos investem na expansão da
oferta, o que a médio e longo prazos diminui o preço do produto.
"As indústrias param de expandir justamente no momento de
redução dos preços e até mesmo
fazem fusões", afirma Zogbi. Mas
o consumo de papel tende sempre
a aumentar e em determinado
momento a demanda pelo produto volta a crescer. Os preços então
retomam a curva de alta.
A tonelada de celulose chegou a
custar US$ 930 em 1995. Depois
entrou em um processo de forte
redução. Bateu nos US$ 410 no
ano passado. "Agora já está em
US$ 510. A tendência é subir
mais." Para Zogbi, a alta deve
atingir um pico de US$ 600 por
tonelada nos próximos anos. O
que beneficiará a balança comercial brasileira, pois as exportações
de celulose devem responder em
2002 por quase a metade da produção de 7,8 milhões de toneladas.
(LV)
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