São Paulo, segunda-feira, 02 de setembro de 2002

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Investimento sobe com ciclo de valorização

DA REPORTAGEM LOCAL

Indústrias de papel e celulose já estabelecidas no Brasil, como Klabin, Aracruz, Ripasa e Votorantim, iniciaram 2002 com um forte processo de investimentos. Cerca de US$ 1 bilhão deve ser injetado por essas e outras empresas em fábricas e plantações.
Isso porque o setor registra geralmente um ciclo de sete anos de aumento dos preços e mais sete de redução, e tudo indica que 2002 será o primeiro de mais uma série de anos de valorização dos preços mundiais da celulose.
As estimativas são que as empresas investirão US$ 12 bilhões nos próximos dez anos. O projeto da BrancoCel é parte dessa empreitada, que pretende elevar a produção de celulose (matéria-prima do papel) dos 7,4 milhões de toneladas de 2001 para 9 milhões de toneladas em 2003.
Os projetos se justificam sobretudo porque o país é um grande exportador. "O consumo interno aumenta ao ano cerca de um ponto percentual acima do PIB [Produto Interno Bruto" no Brasil e deve crescer cerca de 4% em 2003 e 2004. Nos países desenvolvidos, no entanto, a expectativa é a de uma expansão em torno de 6%", afirma Osmar Zogbi, presidente da Bracelpa (Associação Brasileira de Celulose e Papel).
Segundo Zogbi, o vaivém dos preços internacionais de celulose está diretamente ligados às expansões e estagnações da produção mundial. Quando a celulose atinge uma cotação alta, vários grupos investem na expansão da oferta, o que a médio e longo prazos diminui o preço do produto.
"As indústrias param de expandir justamente no momento de redução dos preços e até mesmo fazem fusões", afirma Zogbi. Mas o consumo de papel tende sempre a aumentar e em determinado momento a demanda pelo produto volta a crescer. Os preços então retomam a curva de alta.
A tonelada de celulose chegou a custar US$ 930 em 1995. Depois entrou em um processo de forte redução. Bateu nos US$ 410 no ano passado. "Agora já está em US$ 510. A tendência é subir mais." Para Zogbi, a alta deve atingir um pico de US$ 600 por tonelada nos próximos anos. O que beneficiará a balança comercial brasileira, pois as exportações de celulose devem responder em 2002 por quase a metade da produção de 7,8 milhões de toneladas. (LV)


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