|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Porto Velho treina 25 mil em 2 anos para atuarem nas obras
DO ENVIADO A RONDÔNIA
Administrado pelo PT, Porto
Velho é um dos municípios que
mais receberão verbas do PAC
em termos per capita em 2007.
Foram liberados R$ 500 milhões (duas vezes o Orçamento
anual da cidade) para saneamento e infra-estrutura.
Porto Velho nasceu em 1907
como "porto velho dos militares", referência a uma guarnição que acampara no local durante a Guerra do Paraguai
(1864-1870). Passou depois a
ser usado para descarregar material na construção da estrada
de ferro Madeira-Mamoré.
Iniciava-se o ciclo da borracha, e a ferrovia, que o Estado
pretende recuperar com a
construção das usinas, foi a espinha dorsal do plano de escoamento e exportação do produto
dos seringais. Mais de 70 anos
depois, Porto Velho viveria um
segundo ciclo, o do ouro.
Carlos de Oliveira Silva, diretor do Departamento de Trabalho, é responsável por coordenar o Planseq, que envolve 70
cursos profissionalizantes e 12
diferentes instituições, como o
Sesc e o Sesi, e um programa de
aumento da escolaridade.
Segundo ele, o plano é treinar
25 mil pessoas em dois anos
utilizando cerca de R$ 10 milhões em verbas federais, municipais e da empresa que vencer o consórcio para a construção das usinas. A prioridade é
dada a desempregados e beneficiários de programas sociais.
Durante as inscrições, 16 mil
pessoas chegaram a passar 48
horas nas filas. Maria de Jesus,
30, separada e mãe de três filhas, deixou o namorado ali um
dia inteiro para conseguir vaga
em um curso de informática.
Alex Melo Pereira, 27, não teve a mesma sorte. Depois de
não conseguir vaga para o curso
de soldador, pegou dinheiro da
família e foi de ônibus a São
Paulo para tomar aulas, a R$
180 por mês, para se aperfeiçoar. "Depois de seis anos no
garimpo, quero essa oportunidade com as usinas", diz.
Ainda praticamente horizontal, Porto Velho está presenciando cerca de 40 edifícios serem erguidos no momento, a
maioria residenciais.
Com a expectativa de mais
trabalho e salários no horizonte, a maior rede de supermercados local, a Gonçalves, também
se prepara para abrir uma sexta
loja em Porto Velho até o final
do ano. Empregando 900 funcionários, o dono da rede, José
Gonçalves, afirma que o novo
investimento já era necessário,
mas que a chegada das obras
tornou-o prioritário.
"Estamos nos preparando e
espero que toda essa movimentação acabe ajudando o povo
que já está aqui, e não quem deve vir de fora", diz Gonçalves.
Texto Anterior: Usinas do Madeira turbinam Rondônia Próximo Texto: 4.000 habitantes devem ser desalojados devido à formação de lagos para usinas Índice
|