São Paulo, terça-feira, 02 de novembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Fato consumado 1
A grande produção de soja nos EUA está-se confirmando. Os principais Estados produtores da oleaginosa já somam mais de 90% da área colhida. Na média, a colheita atinge 85% da área plantada. A safra dos EUA está prevista em 84,3 milhões de toneladas.

Fato consumado 2
Esse volume recorde de safra confirma a tendência de baixa nos preços, segundo a Agência Rural, de Curitiba (PR). Após recuar para US$ 5,10 por bushel depois da divulgação da safra recorde pelo Usda, os preços do contrato de maio se recuperaram um pouco e voltaram a US$ 5,50, mas já estão na faixa de US$ 5,30.

Avanço no milho 1
O plantio de milho avançou com as recentes chuvas nas regiões centro-sul e atinge 54% da área que será destinada ao produto no Brasil. Com esse avanço, o plantio de milho já não se encontra tão atrasado em relação à safra passada, segundo acompanhamento da Céleres, de Uberlândia (MG).

Avanço no milho 2
O clima favoreceu o plantio de milho também na Argentina, segundo a Céleres. A consultoria avalia que 42% da área destinada ao produto já tenha sido plantada. Já nos Estados Unidos, país líder mundial na produção, a colheita atinge 55% da área que está sendo colhida.

Perda nos preços
O recorde de cereais no mundo já provocou forte queda dos preços na Bolsa de Chicago. Os contratos deste mês de soja e de milho mostram reduções de 35% e de 19%, respectivamente, em relação aos de novembro de 2003.

Volta dos EUA
A volta dos Estados Unidos ao mercado de carne japonês -um dos melhores pagadores para o produto no mercado internacional- deve provocar perdas para o Brasil. Essas perdas, no entanto, serão pequenas, avalia José Vicente Ferraz, da FNP Consultoria & Agroinformativos.

Austrália recupera
Para Ferraz, a Austrália, atual fornecedora de carnes ao Japão, deverá voltar a ocupar mercados deixados para o Brasil neste ano. O poder de fogo dos australianos, no entanto, não é grande, segundo o analista da FNP.

Secas seguidas
Os australianos, devido à seca que ocorreu no país nos últimos anos, tiveram redução do rebanho e perderam potencial de oferta de carne. Para ganhar mais mercado, os australianos deverão reduzir preços e competir com o Brasil, mas não terão animais suficientes para isso.

Tamanho dos rebanhos
Com a seca, o rebanho australiano recuou para 26 milhões a 27 milhões de cabeças, abaixo do argentino (51 milhões), do norte-americano (95 milhões) e do brasileiro (165 milhões).

Como termina
O Brasil está com avanço de 77% nas receitas deste ano, até setembro, em relação a idêntico período de 2003, mas deverá terminar o período com evolução menor. Estimativas de Ferraz indicam aumento de 35% a 40% no volume exportado e de 50% nas receitas deste ano sobre as de 2003.

E-mail:
mzafalon@folhasp.com.br


Texto Anterior: Mercado financeiro: Recuo do preço do petróleo anima Bolsas
Próximo Texto:
Agrofolha
Toma lá da cá: Brasil tenta liberar mercado de mandioca

Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.