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HORA DA DECISÃO
Administrador descarta criar empresa
Desempregado prefere esperar oferta de emprego fixo a se arriscar em negócio próprio
da Reportagem Local
Desempregado há três meses, o
administrador de empresas Luis
Cimino, de 30 anos, é um exemplo da mudança de comportamento entre os executivos. Cimino não se entusiasma com a perspectiva de se tornar empresário.
"Vou guardar a indenização e
esperar a recolocação profissional. Iniciar uma empresa do zero
hoje em dia é muito arriscado."
Assim como ocorre com a
maior parte dos executivos que
procuram as empresas de recolocação profissional, Cimino aceita
até ganhar menos para voltar a
ter carteira de trabalho assinada.
"Eu ganhava cerca de R$ 5 mil,
mas nas entrevistas que estou
tendo com as empresas já me dispus a receber R$ 4 mil por mês. É
melhor estar empregado do que
fora do mercado de trabalho."
Cimino trabalhou seis anos como gerente financeiro e da divisão de transporte da cooperativa
de funcionários da Eletropaulo.
Ele perdeu emprego quando sua
seção foi desativada.
Agora, faz uma dupla aposta:
ao mesmo tempo em que se prepara para fazer mestrado para investir na carreira, reservou economias para uma emergência."Se a recolocação demorar
demais vou abrir uma franquia."
Conseguir um novo emprego
está demorando, em média, seis
meses, de acordo com as empresas de recolocação de executivos.
Antes da crise asiática, demorava-se menos de quatro meses.
"O profissional pode até conseguir uma vaga pior do que a de
antes, mas, de modo geral, acaba
obtendo novo emprego", diz Ricardo Xavier, da Manager.
Segundo o economista Márcio
Pochmann, da Unicamp, o emprego de carteira assinada para
quem tem diploma universitário
está cada vez mais escasso.
Entre 1989 e 1997, houve queda
de 22% no número de vagas com
carteira assinada para profissionais com renda acima de 14 salários mínimos por mês. O número
de postos para técnicos com renda mensal entre oito e 14 salários
mínimos caiu 29%, e as ofertas
para quem ganha de cinco a oito
mínimos diminuíram 26%.
"Está havendo uma segunda
onda de cortes", diz Pochmann.
No início da década de 90, houve
diminuição no nível hierárquico
nas empresas. Agora, a tendência
de fusões e aquisições está levando as empresas a diminuir o quadro de pessoal.
(RG)
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