São Paulo, sábado, 03 de março de 2007

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Bolsa cai 7,9% em semana de turbulência

Em mais um dia de perda nos mercados globais, Bovespa recua 2,64%; dólar avança para R$ 2,133, maior valor desde 29 de janeiro

Dow Jones encerra semana com desvalorização de 4,21%, e Bolsas da Europa têm o pior período desde setembro de 2001


FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A semana definitivamente não foi boa para os investidores. A onda negativa que afetou o mercado global puniu também a Bolsa de Valores de São Paulo, que amargou desvalorização de 7,92% na semana.
Desde terça-feira, o mercado tem sofrido sucessivas perdas. Ontem, o dia não foi diferente. A Bovespa caiu 2,64%, acompanhando de perto as oscilações das Bolsas norte-americanas.
Todas as 58 ações que formam o índice Ibovespa terminaram a semana com perdas acumuladas.
O dólar acabou por acumular alta relevante de 2,11% na semana. Ontem, a moeda fechou vendida a R$ 2,133 (alta de 0,71%), maior valor desde 29 de janeiro. Na semana passada, o dólar foi negociado abaixo de R$ 2,09 em todos os pregões.
O índice Dow Jones recuou 0,98% ontem. A Bolsa eletrônica Nasdaq caiu 1,51%.
Na semana, o principal índice da Bolsa de Nova York perdeu 4,21%.
O mercado acionário europeu também enfrentou dias difíceis. O índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais ações de empresas européias, recuou 5% na semana -a pior desde setembro de 2001.
As principais quedas na Europa ontem foram registradas pelas Bolsas de Paris (-0,62%) e Frankfurt (-0,56%).
A atual turbulência que atravessa o mercado teve início na terça-feira, após a Bolsa da China despencar quase 9% e desencadear um movimento de vendas de ações por todo o mundo. Ontem, a Bolsa subiu 1,23% em Xangai. Em Tóquio, o índice Nikkei caiu 1,35%.
Nos dias seguintes, as preocupações com o desaquecimento econômico dos Estados Unidos passaram ao centro das atenções, fomentando novas perdas no mercado.
Ontem, o índice divulgado pela Universidade de Michigan mostrou queda na confiança dos consumidores americanos em fevereiro, o que desagradou aos investidores.
Operadores afirmam que a cautela e a instabilidade devem continuar no mercado na próxima semana, marcada por importantes eventos econômicos aqui e nos EUA.
Os números que serão apresentados pelo "livro bege" -compilação de dados econômicos americanos- na quarta-feira devem ser minuciosamente analisados pelo mercado. O "livro bege" é um importante sinalizador dos rumos da maior economia do mundo.
Já o Brasil encarará na próxima semana a reunião do Copom. O mercado está majoritariamente posicionado à espera de uma queda de 0,25 ponto percentual na taxa básica Selic -de 13% para 12,75% anuais.
Após o anúncio da saída de Afonso Bevilaqua da diretoria de Política Econômica do BC, investidores chegaram a comentar a possibilidade de o Copom ser menos conservador em suas decisões.
Porém o pregão de ontem da BM&F mostrou pouca oscilação nas taxas projetadas nos contratos de juros. O DI que carrega prazo de vencimento mais curto -e espelha as expectativas para o Copom- fechou com taxa de 12,69%, contra 12,71% do dia anterior.

Maiores quedas
A ruim semana, que derrubou todos os papéis do Ibovespa, não fez distinção de setores.
O papel ON (ordinário) da Natura foi o que mais sofreu, com queda de 13,47%. Em seguida, vieram a ação preferencial "A" da Braskem (-12,39%), a Unit da ALL (-10,81%) e a preferencial da Gerdau (-10,74%).
Desde terça-feira, a Bovespa movimentou aproximadamente R$ 4,67 bilhões por pregão, o que equivale a cerca de 34% a mais que a média diária do ano.


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