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Bolsa cai 7,9% em semana de turbulência
Em mais um dia de perda nos mercados globais, Bovespa recua 2,64%; dólar avança para R$ 2,133, maior valor desde 29 de janeiro
Dow Jones encerra semana com desvalorização de 4,21%, e Bolsas da Europa têm o pior período
desde setembro de 2001
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A semana definitivamente
não foi boa para os investidores. A onda negativa que afetou
o mercado global puniu também a Bolsa de Valores de São
Paulo, que amargou desvalorização de 7,92% na semana.
Desde terça-feira, o mercado
tem sofrido sucessivas perdas.
Ontem, o dia não foi diferente.
A Bovespa caiu 2,64%, acompanhando de perto as oscilações
das Bolsas norte-americanas.
Todas as 58 ações que formam o índice Ibovespa terminaram a semana com perdas
acumuladas.
O dólar acabou por acumular
alta relevante de 2,11% na semana. Ontem, a moeda fechou
vendida a R$ 2,133 (alta de
0,71%), maior valor desde 29 de
janeiro. Na semana passada, o
dólar foi negociado abaixo de
R$ 2,09 em todos os pregões.
O índice Dow Jones recuou
0,98% ontem. A Bolsa eletrônica Nasdaq caiu 1,51%.
Na semana, o principal índice da Bolsa de Nova York perdeu 4,21%.
O mercado acionário europeu também enfrentou dias difíceis. O índice FTSEurofirst
300, que reúne as principais
ações de empresas européias,
recuou 5% na semana -a pior
desde setembro de 2001.
As principais quedas na Europa ontem foram registradas
pelas Bolsas de Paris (-0,62%) e
Frankfurt (-0,56%).
A atual turbulência que atravessa o mercado teve início na
terça-feira, após a Bolsa da China despencar quase 9% e desencadear um movimento de
vendas de ações por todo o
mundo. Ontem, a Bolsa subiu
1,23% em Xangai. Em Tóquio, o
índice Nikkei caiu 1,35%.
Nos dias seguintes, as preocupações com o desaquecimento econômico dos Estados Unidos passaram ao centro das
atenções, fomentando novas
perdas no mercado.
Ontem, o índice divulgado
pela Universidade de Michigan
mostrou queda na confiança
dos consumidores americanos
em fevereiro, o que desagradou
aos investidores.
Operadores afirmam que a
cautela e a instabilidade devem
continuar no mercado na próxima semana, marcada por importantes eventos econômicos
aqui e nos EUA.
Os números que serão apresentados pelo "livro bege"
-compilação de dados econômicos americanos- na quarta-feira devem ser minuciosamente analisados pelo mercado. O "livro bege" é um importante sinalizador dos rumos da
maior economia do mundo.
Já o Brasil encarará na próxima semana a reunião do Copom. O mercado está majoritariamente posicionado à espera
de uma queda de 0,25 ponto
percentual na taxa básica Selic
-de 13% para 12,75% anuais.
Após o anúncio da saída de
Afonso Bevilaqua da diretoria
de Política Econômica do BC,
investidores chegaram a comentar a possibilidade de o Copom ser menos conservador
em suas decisões.
Porém o pregão de ontem da
BM&F mostrou pouca oscilação nas taxas projetadas nos
contratos de juros. O DI que
carrega prazo de vencimento
mais curto -e espelha as expectativas para o Copom- fechou com taxa de 12,69%, contra 12,71% do dia anterior.
Maiores quedas
A ruim semana, que derrubou todos os papéis do Ibovespa, não fez distinção de setores.
O papel ON (ordinário) da
Natura foi o que mais sofreu,
com queda de 13,47%. Em seguida, vieram a ação preferencial "A" da Braskem (-12,39%),
a Unit da ALL (-10,81%) e a preferencial da Gerdau (-10,74%).
Desde terça-feira, a Bovespa
movimentou aproximadamente R$ 4,67 bilhões por pregão, o
que equivale a cerca de 34% a
mais que a média diária do ano.
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