São Paulo, quinta-feira, 03 de abril de 2008

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Empresários temem alta da taxa de juros

DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria teme por uma decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) de elevar a taxa de juros. "Será um banho de água fria", diz José Ricardo Roriz, diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp. Para ele, o Brasil precisa parar de "ter medo do crescimento".
Segundo Julio Gomes de Almeida, consultor do Iedi, as novas linhas começaram a operar. Por isso, indicadores que medem a ocupação industrial pararam de subir.
"Alguns números mostram que a indústria está com ocupação entre 80% e 85%. Esse indicador parou de subir e isso não significa que a demanda caiu, quer dizer que a oferta passou a acompanhar a demanda."
Ele também disse que uma eventual decisão do Banco Central de elevar os juros pode "dar um sinal errado" aos empresários. A decisão de investir, tomada depois de considerar sustentável a demanda, pode ser abortada. "Daí é que podemos mesmo ter problemas para abastecer o mercado", afirma Roriz.
Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), ligado à FGV e responsável por compilar e divulgar os dados do IGP-M, reconhece pressões de preços sobre a indústria, mas salienta que os reajustes são localizados. "Pode ser visto nos setores petroquímico e siderúrgico, mas há setores, como alimentos, que já acomodaram." O último indicador de inflação da indústria de transformação, diz ele, foi de 0,68%, queda de quatro pontos percentuais em relação a fevereiro. O dado pega 30 dias fechados no dia 20 de março.


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