São Paulo, sexta-feira, 03 de maio de 2002

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Chefe da missão do FMI vê país com melhoria e prevê queda da inflação

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O chefe da missão técnica do FMI (Fundo Monetário Internacional) para o Brasil, Lorenzo Perez, disse ontem que houve "alguma melhora na economia brasileira" desde sua última visita ao país, em fevereiro. Ele previu que "a inflação vai começar a cair".
Questionado quando os índices de preços iniciarão uma trajetória de queda, Perez se limitou a dizer que será na segunda metade deste ano, sem especificar o mês.
O técnico do FMI não quis falar sobre o cumprimento da meta de inflação do Brasil, fixada em 3,5% para este ano (com intervalo de tolerância de dois pontos para cima ou para baixo).
Pelos dados do IBGE, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acumulava, até março, alta de 7,75% nos últimos 12 meses. Portanto, se o ano acabasse em março, a inflação ficaria acima do limite superior da meta, de 5,5%.
Perez teve ontem seu último encontro com o ministro da Fazenda, Pedro Malan, antes de voltar a Washington (sede do FMI). Ao sair, o técnico disse que o balanço de pagamentos "está em linha com o programa [o acordo entre Fundo e governo brasileiro"".
O balanço de pagamentos é uma espécie de conta que registra todas as transações financeiras e econômicas feitas por um país com outros países. Inclui, entre outros itens, as balanças comercias e de serviços e os movimentos de entrada e saída de capitais.
Perez não disse quais itens do balanço estão dentro das previsões. Em sua última visita ao Brasil, a projeção para a balança comercial em 2002 foi revista para baixo, em até US$ 2 bilhões, por causa da crise argentina. Perez estimou, na época, saldo entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões no ano.
Ontem, Perez disse que mais detalhes do resultado da visita técnica sobre a economia brasileira só serão conhecidos após reunião em 19 de junho, quando o relatório preparado por ele será apresentado à direção do Fundo.
Essa foi a terceira visita técnica do Fundo desde o fechamento do atual acordo, no ano passado. A missão da equipe é preparar um relatório que servirá como base para a terceira revisão do programa acertado com o FMI.
Para preparar o documento, os técnicos analisam em visitas trimestrais as políticas econômica e monetária do país, a partir dos dados fornecidos pelo BC e pelo Ministério da Fazenda.
Pelo acordo, que vigorará até o fim deste ano, o país pode ter disponível até US$ 15,6 bilhões em recursos do Fundo.



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