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Chefe da missão do FMI vê país com melhoria e prevê queda da inflação
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O chefe da missão técnica do
FMI (Fundo Monetário Internacional) para o Brasil, Lorenzo Perez, disse ontem que houve "alguma melhora na economia brasileira" desde sua última visita ao
país, em fevereiro. Ele previu que
"a inflação vai começar a cair".
Questionado quando os índices
de preços iniciarão uma trajetória
de queda, Perez se limitou a dizer
que será na segunda metade deste
ano, sem especificar o mês.
O técnico do FMI não quis falar
sobre o cumprimento da meta de
inflação do Brasil, fixada em 3,5%
para este ano (com intervalo de
tolerância de dois pontos para cima ou para baixo).
Pelos dados do IBGE, o IPCA
(Índice de Preços ao Consumidor
Amplo) acumulava, até março, alta de 7,75% nos últimos 12 meses.
Portanto, se o ano acabasse em
março, a inflação ficaria acima do
limite superior da meta, de 5,5%.
Perez teve ontem seu último encontro com o ministro da Fazenda, Pedro Malan, antes de voltar a
Washington (sede do FMI). Ao
sair, o técnico disse que o balanço
de pagamentos "está em linha
com o programa [o acordo entre
Fundo e governo brasileiro"".
O balanço de pagamentos é
uma espécie de conta que registra
todas as transações financeiras e
econômicas feitas por um país
com outros países. Inclui, entre
outros itens, as balanças comercias e de serviços e os movimentos
de entrada e saída de capitais.
Perez não disse quais itens do
balanço estão dentro das previsões. Em sua última visita ao Brasil, a projeção para a balança comercial em 2002 foi revista para
baixo, em até US$ 2 bilhões, por
causa da crise argentina. Perez estimou, na época, saldo entre US$
4 bilhões e US$ 5 bilhões no ano.
Ontem, Perez disse que mais detalhes do resultado da visita técnica sobre a economia brasileira só
serão conhecidos após reunião
em 19 de junho, quando o relatório preparado por ele será apresentado à direção do Fundo.
Essa foi a terceira visita técnica
do Fundo desde o fechamento do
atual acordo, no ano passado. A
missão da equipe é preparar um
relatório que servirá como base
para a terceira revisão do programa acertado com o FMI.
Para preparar o documento, os
técnicos analisam em visitas trimestrais as políticas econômica e
monetária do país, a partir dos
dados fornecidos pelo BC e pelo
Ministério da Fazenda.
Pelo acordo, que vigorará até o
fim deste ano, o país pode ter disponível até US$ 15,6 bilhões em
recursos do Fundo.
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