DA REDAÇÃO

A Petrobras decidiu adiar a emissão internacional de US$ 500 milhões em títulos, que era esperada para o começo deste mês. Segundo a empresa, a decisão se deve às incertezas do mercado de ações nos EUA e na Europa. Com a emissão, a estatal esperava alongar o perfil de sua dívida.
"A situação das grandes corporações lá [nos EUA e na Europa" é preocupante, e decidimos adiar o lançamento até que a calma retorne ao mercado", afirmou ontem o gerente-executivo de finanças da Petrobras, Almir Barbassa. "Não tem nada a ver com a piora das classificações da dívida do Brasil."
Barbassa afirmou que a direção da estatal ficou particularmente preocupada com a queda das ações da WorldCom, segunda maior operadora de telefonia de longa distância nos EUA, e com a concordata do grupo britânico NTL, de TV a cabo
"Estaríamos disputando mercado onde essas companhias operam, e este não é o melhor momento para isso", disse Barbassa.
Mas, para analistas do mercado financeiro, a revisão dos bancos pesou. Helio Osaki, da Finambras, afirma que não há como desassociar a decisão da Petrobras e os rebaixamentos.
"A notícia preocupa. Se a Petrobras, uma de nossas empresas mais sólidas aos olhos do investidor externo, tem dificuldades, imagine as outras", afirmou.
Entre os corretores também se especula que a Eletropaulo deve cancelar a emissão de bônus. As ações da concessionária de energia elétrica caíram 9,4% ontem.



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