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BANCOS
Juros menores e câmbio valorizado seguram aumento
Lucro do Bradesco no 1º trimestre cresce 1,15% e atinge R$ 425 mi
ÉRICA FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Bradesco teve lucro líquido de
R$ 425 milhões no primeiro trimestre deste ano, resultado 1,15%
superior ao alcançado no mesmo
período em 2001. A combinação
entre atividade econômica mais
fraca, redução dos juros e valorização do câmbio explicam o pequeno crescimento do lucro da
instituição, que fechou 2001 com
ganho recorde R$ 2,17 bilhões.
Segundo analistas do setor financeiro, apesar do modesto aumento em relação ao primeiro trimestre de 2001, o resultado divulgado ontem não decepcionou.
"O resultado pode parecer pequeno se comparado ao de 2001,
mas é preciso levar em conta que,
em 2001, os bancos haviam lucrado muito com a alta dos juros e a
desvalorização do real, tendências que foram revertidas neste
início do ano", disse Erivelto Rodrigues, sócio da Austin Asis.
A valorização do real teve impacto direto sobre a receita de crédito do banco, que recuou 18,5%
em relação a igual período em
2001, e sobre os ganhos com operações de câmbio, que encolheram 34,9%.
Segundo Luiz Trabucco, vice-presidente do Bradesco, juros em
queda e economia em marcha
lenta também impediram que o
resultado do Bradesco fosse melhor. "O desempenho do banco
foi coerente com o modesto desempenho da atividade econômica no mesmo período", disse Trabucco. "As taxas de juros que caíram um pouco no primeiro trimestre também influenciaram o
resultado do banco."
A receita do banco com compra
e venda de títulos da dívida pública se expandiu apenas 2,3%, refletindo a queda dos juros, que caíram de 19% para 18,5% neste ano.
Outro indicador de que o Bradesco tem sido afetado pela lenta
recuperação da economia brasileira está na estagnação da carteira de crédito da instituição. Em
relação ao último trimestre do
ano passado, o volume total de
empréstimos concedido pelo
banco aumentou apenas 0,3%.
"A demanda por crédito diminuiu neste início de ano", afirmou
Trabucco.
O receio do Bradesco com o
crescimento da inadimplência
também contribuiu para diminuir o resultado do banco. As
provisões excedentes -que ultrapassam o exigido pelo Banco
Central- feitas no último trimestre somaram R$ 243 milhões, valor 148% maior do que o registrado no mesmo período de 2001.
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