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SALTO NO ESCURO
Depois do calote, governo tentar impedir novos "atraso"
Atraso no seguro-apagão dará multa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de sofrer um calote, o
governo agora vai tentar impedir
que as distribuidoras de energia
continuem atrasando o repasse
dos recursos cobrados dos consumidores por meio do seguro anti-racionamento.
Esses recursos, que devem ser
repassados para a CBEE (Comercializadora Brasileira de Energia
Emergencial), são usados para
pagar o aluguel de 58 usinas termelétricas com capacidade de gerar 2.153,6 MW em caso de risco
de falta de energia.
Desde março, as distribuidoras
de energia recolhem na conta de
luz R$ 0,0049 por kWh/mês dos
consumidores, o que representa
um aumento médio de 2% no
preço da energia.
O governo esperava ter recebido
cerca de R$ 100 milhões em abril,
primeiro mês do repasse, mas recebeu pouco mais de R$ 35 milhões. A idéia agora é multar as
empresas em 2% do valor arrecadado e não repassado no prazo,
além de juros de 1% ao mês.
Quando instituiu o seguro-apagão, o governo estabeleceu que as
distribuidoras teriam três dias
úteis para repassar os recursos para a CBEE depois de arrecadá-los
dos consumidores.
A aplicação da nova multa, proposta pela área técnica para evitar
o calote do seguro anti-racionamento, não deverá ser retroativa.
Sua aplicação ainda depende da
aprovação do conselho da Aneel
(Agência Nacional de Energia Elétrica).
Punição
As empresas que não repassaram os recursos para a CBEE dentro do prazo da resolução que está
em vigor (três dias úteis), no entanto, podem ser punidas pela
agência com multa de até 2% do
faturamento anual. A aplicação
da multa, porém, depende de um
processo administrativo.
A Folha procurou a Abradee
(Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica) para
comentar o calote do seguro anti-racionamento, mas a associação
não respondeu.
O seguro anti-racionamento foi
adotado pelo governo como medida para que o racionamento pudesse ser suspenso. As usinas termelétricas, cuja energia produzida é mais cara que das usinas hidrelétricas, foram contratadas até
o final de 2005.
A estimativa do governo é que
somente com o aluguel os gastos
sejam de R$ 4,1 bilhões. Se as usinas tivessem que gerar energia,
esse gasto poderia subir para R$ 12 bilhões até o final de 2005.
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