São Paulo, quarta-feira, 03 de maio de 2006

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SC depende do gás boliviano; MT adia o uso

DA AGÊNCIA FOLHA

O três Estados do Sul do país (PR, SC e RS), que consomem hoje 3,43 milhões de m3 por dia de gás boliviano, se disseram tranqüilos em relação ao abastecimento.
Os presidentes das três federações das indústrias, que respondem por mais de 80% dessa demanda, disseram que o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, descartou racionamento em reunião há dez dias no Rio.
Santa Catarina, por exemplo, é totalmente dependente do gás boliviano. A demanda atual é de 1,41 milhão de m3 por dia. Mas, segundo o presidente da Fiesc (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina), Alcantaro Corrêa, os novos contratos firmados irão garantir cerca de 1,8 milhão de m3. "A Petrobras garantiu o abastecimento de gás. Por isso estamos tranqüilos, inclusive de tê-lo ao preço atual."
Questionado sobre a garantia, disse: "Eles [Petrobras] devem ter alguma carta na manga para dizer que irão honrar todos os contratos. Mas não sei qual é."
No Estado, os setores que mais usam o combustível são o cerâmico (piso e parede), o metalúrgico e o mecânico, além do têxtil.
No RS, segundo a Fiergs (Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul), as maiores consumidoras do gás da Bolívia são as estratégicas Refap (refinaria) e Copesul (petroquímica).
No Paraná, apenas 3,1% do parque industrial tem o gás natural como fonte de energia. O consumo diário geral nas sete cidades por onde passa a tubulação de 450 km do o gasoduto Brasil-Bolívia foi de 720 mil m3 em março. A indústria absorveu 390 mil m3 do volume.
O presidente da Fiep (Federação das Indústria do Paraná), Rodrigo Rocha Loures, criticou o governo brasileiro pela falta de ação política prévia para tentar evitar que a Bolívia nacionalizasse a Petrobras. "Não tenho a menor dúvida de que a Petrobras tem que se responsabilizar por encontrar uma solução para uma eventual falta [do gás]", disse.
Já em Mato Grosso, empresas como a Sadia e a Quartzolit, prontas para trabalhar com o gás, irão adiar ou desistir da fonte de energia. É o que afirma o secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Alexandre Furlan. "Elas vão dar uma segurada e continuar usando diesel ou lenha." (THIAGO REIS, EDUARDO DE OLIVEIRA E MARI TORTATO)

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