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SC depende do gás boliviano; MT adia o uso
DA AGÊNCIA FOLHA
O três Estados do Sul do
país (PR, SC e RS), que consomem hoje 3,43 milhões de
m3 por dia de gás boliviano,
se disseram tranqüilos em
relação ao abastecimento.
Os presidentes das três federações das indústrias, que
respondem por mais de 80%
dessa demanda, disseram
que o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli,
descartou racionamento em
reunião há dez dias no Rio.
Santa Catarina, por exemplo, é totalmente dependente do gás boliviano. A demanda atual é de 1,41 milhão
de m3 por dia. Mas, segundo
o presidente da Fiesc (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina), Alcantaro Corrêa, os novos
contratos firmados irão garantir cerca de 1,8 milhão de
m3. "A Petrobras garantiu o
abastecimento de gás. Por isso estamos tranqüilos, inclusive de tê-lo ao preço atual."
Questionado sobre a garantia, disse: "Eles [Petrobras] devem ter alguma carta na manga para dizer que
irão honrar todos os contratos. Mas não sei qual é."
No Estado, os setores que
mais usam o combustível
são o cerâmico (piso e parede), o metalúrgico e o mecânico, além do têxtil.
No RS, segundo a Fiergs
(Federação das Indústrias
do Rio Grande do Sul), as
maiores consumidoras do
gás da Bolívia são as estratégicas Refap (refinaria) e Copesul (petroquímica).
No Paraná, apenas 3,1% do
parque industrial tem o gás
natural como fonte de energia. O consumo diário geral
nas sete cidades por onde
passa a tubulação de 450 km
do o gasoduto Brasil-Bolívia
foi de 720 mil m3 em março.
A indústria absorveu 390 mil
m3 do volume.
O presidente da Fiep (Federação das Indústria do Paraná), Rodrigo Rocha Loures, criticou o governo brasileiro pela falta de ação política prévia para tentar evitar
que a Bolívia nacionalizasse
a Petrobras. "Não tenho a
menor dúvida de que a Petrobras tem que se responsabilizar por encontrar uma
solução para uma eventual
falta [do gás]", disse.
Já em Mato Grosso, empresas como a Sadia e a
Quartzolit, prontas para trabalhar com o gás, irão adiar
ou desistir da fonte de energia. É o que afirma o secretário de Indústria, Comércio,
Minas e Energia, Alexandre
Furlan. "Elas vão dar uma
segurada e continuar usando diesel ou lenha."
(THIAGO REIS, EDUARDO DE OLIVEIRA E MARI TORTATO)
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