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IMPOSTOS
Brasileiros pagaram R$ 135,13 bi em tributos de janeiro a março, ou R$ 1,126 bi por dia, segundo estudo do IBPT
Carga fiscal é de 41% do PIB no trimestre
MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os brasileiros pagaram R$
135,13 bilhões em impostos e contribuições à União, aos Estados e
aos municípios nos três primeiros
meses do ano, ou R$ 1,126 bilhão
por dia.
Esse valor representa 41,23% do
PIB (Produto Interno Bruto) do
período, que foi de R$ 327,75 bilhões. No primeiro trimestre do
ano passado foram pagos R$
115,55 bilhões, ou 39,06% do PIB.
Assim, o aumento nominal foi de
16,94%, e o real, de 4,57%.
Esse novo recorde trimestral na
carga tributária brasileira (soma
de todos os impostos federais, estaduais e municipais) ocorreu basicamente devido ao aumento de
quatro tributos, segundo Gilberto
Luiz do Amaral, presidente do
Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) e coordenador do estudo.
Amaral diz que o aumento na
receita do PIS/Pasep (R$ 1,61 bilhão) ocorreu devido ao fim da
cumulatividade (a alíquota passou de 0,65% para 1,65%). O aumento na receita da Cofins foi de
R$ 3,70 bilhões, e o da contribuição ao INSS, de R$ 2,01 bilhões. A
arrecadação do ICMS aumentou
R$ 4,72 bilhões devido ao aumento de alíquotas determinado pelo
Estado do Rio de Janeiro e também em alguns produtos no caso
do Paraná.
Segundo Amaral, tradicionalmente a carga tributária é alta no
primeiro trimestre de cada ano
por dois motivos: retração da atividade econômica (com a consequente queda do PIB) e concentração do vencimento de alguns
tributos, como o IR das empresas,
IPVA (sobre veículos) e IPTU (sobre imóveis urbanos).
Se o PIB crescer 2,7% neste ano
(projeção otimista, já que em
2002 o crescimento foi de 1,52%),
a carga tributária do país fechará
2003 em 38,52%, segundo o IBPT.
Será um novo recorde anual, já
que em 2002 foi de 36,45%.
Estudo
Para realizar o estudo, o IBPT
soma os tributos arrecadados pela
Receita Federal, pelo INSS, pela
Caixa Econômica Federal (FGTS),
pelos Estados e por mais de 700
municípios (representam mais de
60% do PIB). A soma é comparada com o valor do PIB divulgado
pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística).
Amaral diz que os números divulgados pelo IBPT não empatam
com os da Receita Federal porque
o fisco não considera a receita
com a cobrança de multa e juros
sobre os impostos.
Essa diferença de metodologia
acarretou menos R$ 8 bilhões no
valor de 2002 divulgado pela Receita (R$ 473 bilhões) em relação
ao do IBPT (R$ 481 bilhões).
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