São Paulo, quarta-feira, 03 de junho de 2009

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Com novo dono, GM do Brasil mantém plano de investimento

PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Com a concordata da matriz nos Estados Unidos, a General Motors do Brasil passa a fazer parte da nova GM, grupo controlado pelo governo dos EUA para continuar a produzir as marcas mais rentáveis, entre elas a Chevrolet.
Embora ganhe novo controlador, a mudança não afeta a montadora em termos práticos, disse ontem o presidente da GM do Brasil e Mercosul, Jaime Ardila, em entrevista coletiva para esclarecer a situação da montadora no país.
"Vamos por um tempo mudar de dono na nova GM, mas não somos parte do processo de recuperação judicial", disse o executivo.
Ardila afirmou que o plano de investimentos será mantido. No período entre 2007 e 2012, a montadora pretende investir US$ 2,5 bilhões para o desenvolvimento de novos produtos e a construção de uma fábrica de motores em Joinville (SC). Desses, cerca de US$ 1,5 bilhão já está confirmado e US$ 1 bilhão aguarda liberação.
A GM do Brasil vai fazer cinco lançamentos entre 2009 e 2010, o que inclui o projeto Viva, substituto do Corsa, que deve chegar ao mercado no segundo semestre.
Os investimentos virão do próprio caixa da empresa, mas pode haver a busca por financiamento. Em qualquer hipótese, segundo Ardila, a GM do Brasil não irá recorrer à matriz. "Teremos agora maior independência financeira", disse.
Desde 2005, a General Motors do Brasil caminha sem ajuda dos EUA e assim deve continuar ao menos pelos próximos cinco anos, ressaltou o presidente da montadora.
"Em termos financeiros, a empresa é saudável e lucrativa", afirmou.
No Brasil, as vendas da GM totalizaram 47.800 unidades no mês passado, volume 2% superior ao registrado em maio de 2008 e 17% maior do que em abril. Mas a participação de mercado da empresa caiu de 22,1% em maio de 2008 para 20,75% no mês passado.
De acordo com Ardila, a queda não deve ser relacionada a nenhum tipo de resistência por parte do consumidor em relação à marca. "Até agora, as vendas refletem uma situação normal." Ardila disse que a empresa passou por problemas de produção nos primeiros três meses do ano. "A produção ficou abaixo da demanda do mercado, especialmente no caso do Celta e Classic."

Opel
O presidente da GM do Brasil disse que a venda da Opel fechada no final de semana passado não afeta o desenvolvimento de produtos no Brasil, como aventaram analistas.
Segundo Ardila, pelo acordo com o grupo canadense Magna, que passa a deter 55% da Opel em consórcio com o banco russo Sberbank e a montadora de caminhões russa GAZ, a divisão de desenvolvimento de produtos continua vinculada à GM. "Não muda nada em estrutura de produto", disse.


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