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Com novo dono, GM do Brasil mantém plano de investimento
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com a concordata da matriz
nos Estados Unidos, a General
Motors do Brasil passa a fazer
parte da nova GM, grupo controlado pelo governo dos EUA
para continuar a produzir as
marcas mais rentáveis, entre
elas a Chevrolet.
Embora ganhe novo controlador, a mudança não afeta a
montadora em termos práticos, disse ontem o presidente
da GM do Brasil e Mercosul,
Jaime Ardila, em entrevista coletiva para esclarecer a situação
da montadora no país.
"Vamos por um tempo mudar de dono na nova GM, mas
não somos parte do processo de
recuperação judicial", disse o
executivo.
Ardila afirmou que o plano
de investimentos será mantido.
No período entre 2007 e 2012, a
montadora pretende investir
US$ 2,5 bilhões para o desenvolvimento de novos produtos
e a construção de uma fábrica
de motores em Joinville (SC).
Desses, cerca de US$ 1,5 bilhão
já está confirmado e US$ 1 bilhão aguarda liberação.
A GM do Brasil vai fazer cinco lançamentos entre 2009 e
2010, o que inclui o projeto Viva, substituto do Corsa, que deve chegar ao mercado no segundo semestre.
Os investimentos virão do
próprio caixa da empresa, mas
pode haver a busca por financiamento. Em qualquer hipótese, segundo Ardila, a GM do
Brasil não irá recorrer à matriz.
"Teremos agora maior independência financeira", disse.
Desde 2005, a General Motors do Brasil caminha sem ajuda dos EUA e assim deve continuar ao menos pelos próximos
cinco anos, ressaltou o presidente da montadora.
"Em termos financeiros, a
empresa é saudável e lucrativa", afirmou.
No Brasil, as vendas da GM
totalizaram 47.800 unidades
no mês passado, volume 2% superior ao registrado em maio
de 2008 e 17% maior do que em
abril. Mas a participação de
mercado da empresa caiu de
22,1% em maio de 2008 para
20,75% no mês passado.
De acordo com Ardila, a queda não deve ser relacionada a
nenhum tipo de resistência por
parte do consumidor em relação à marca. "Até agora, as vendas refletem uma situação normal." Ardila disse que a empresa passou por problemas de
produção nos primeiros três
meses do ano. "A produção ficou abaixo da demanda do
mercado, especialmente no caso do Celta e Classic."
Opel
O presidente da GM do Brasil
disse que a venda da Opel fechada no final de semana passado não afeta o desenvolvimento de produtos no Brasil,
como aventaram analistas.
Segundo Ardila, pelo acordo
com o grupo canadense Magna,
que passa a deter 55% da Opel
em consórcio com o banco russo Sberbank e a montadora de
caminhões russa GAZ, a divisão
de desenvolvimento de produtos continua vinculada à GM.
"Não muda nada em estrutura
de produto", disse.
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