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Para especialista, preço da gasolina pode cair até 14%
DA FOLHA ONLINE
Na avaliação do especialista
em combustíveis Adriano Pires, do CBIE (Centro Brasileiro
de Infra-Estrutura), a Petrobras poderia reduzir os preços
dos combustíveis no Brasil,
apesar da greve geral na Nigéria e da recente alta no mercado
internacional.
De acordo com Pires, existe
hoje uma defasagem de 14%
em relação ao preço da gasolina, 21% no óleo diesel e 10% no
gás de botijão.
"Essa defasagem de preços
existe desde a Guerra do Iraque, quando o dólar e o preço
do petróleo caíram. A redução
promovida pela Petrobras em
abril [6,5% na gasolina] não foi
suficiente para repassar essa diferença para o consumidor",
afirmou Pires.
"A Fazenda está utilizando a
Petrobras para fazer superávit
primário", afirmou o especialista, que interpretou a medida
como uma intervenção.
De acordo com Pires, uma
queda nas receitas da estatal
poderia comprometer o esforço do governo para cumprir a
meta fiscal com o FMI (Fundo
Monetário Internacional), de
4,25% do PIB.
Para o especialista, esse tipo
de atitude do governo traz insegurança aos investidores internacionais e impede que outras
empresas importem combustíveis para concorrer com a Petrobras.
"Você não sabe se quem faz
política de preços é a Fazenda, a
Petrobras ou o Ministério de
Minas e Energia", afirmou. "Isso é uma volta ao passado."
Com a decisão, segundo Pires, a Petrobras deve registrar
um novo recorde no balanço
deste trimestre. No primeiro
trimestre, a estatal registrou o
maior lucro trimestral de sua
história.
(EDUARDO CUCOLO)
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