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São Paulo, quinta-feira, 03 de julho de 2003

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CURTO-CIRCUITO

Presidente do BNDES diz que EDF daria sustentabilidade à empresa

Dívida da Light dá um novo "choque elétrico" em Lessa

DA SUCURSAL DO RIO

"Um novo choque elétrico." Foi assim que o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa, definiu o anúncio feito pela Light Serviços de Eletricidade de de que deixou de pagar anteontem R$ 425 milhões a um grupo de bancos privados. A Light é a maior distribuidora de energia elétrica do Rio e uma das maiores do Brasil.
"Hoje eu tive um novo choque elétrico, a Light", disse Lessa em entrevista coletiva. A distribuidora deve ao BNDES, mas a dívida com o banco estatal não está incluída na inadimplência assumida oficialmente anteontem.
Lessa disse que foi "surpreendido" porque, até onde ele sabia, a EDF (Eléctricité de France), controladora da Light, havia prometido que daria "sustentabilidade" à sua controlada.
A Light não quis comentar as declarações de Lessa. Segundo a Folha apurou, a matriz francesa, mesmo mantendo a posição de dar sustentabilidade à Light, estaria procurando fazer com que o fluxo de caixa da empresa brasileira se adeque à realidade do mercado contraído.
O BNDES registrou nos primeiros quatro meses deste ano um prejuízo de R$ 1,059 bilhão, cuja principal causa é a inadimplência de outra empresa do setor elétrico, a AES, que deve US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 3,4 bilhões) ao banco. Entre outras, a AES controla a Eletropaulo.
De acordo com dados extra-oficiais da Light, a empresa tem dois tipos de dívida com o BNDES. Uma, de aproximadamente R$ 200 milhões, decorrente de financiamentos clássicos, para investimentos.
A segunda, no valor de aproximadamente R$ 750 milhões, tem origem nas antecipações de receita feitas pelo governo às empresas do setor elétrico, com o objetivo de compensar as perdas provocadas pelo racionamento de energia elétrica, que vigorou de junho de 2001 a fevereiro de 2002.
Nessa segunda dívida, o papel do BNDES é apenas de agente repassador de recursos do Tesouro Nacional.

Crédito
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e a CEF (Caixa Econômica Federal) assinaram ontem contrato pelo qual a Caixa passa a ser operadora do cartão de crédito criado pelo BNDES para facilitar o financiamento da compra de máquinas e equipamentos por micro e pequenas empresas.
O cartão tem limite de R$ 50 mil, a juros que, neste mês, estão em 1,74% ao mês. A taxa de juros é revista mensalmente com base na taxa da LTN (Letra do Tesouro Nacional) de um ano. Em março deste ano, a taxa era de 2,17% ao mês.
O presidente da CEF, Jorge Mattoso, disse que a programação da Caixa é emprestar R$ 100 milhões por meio do cartão BNDES no prazo de um ano, mas ele afirmou acreditar que a meta será atingida antes do prazo.


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