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CURTO-CIRCUITO
Presidente do BNDES diz que EDF daria sustentabilidade à empresa
Dívida da Light dá um novo "choque elétrico" em Lessa
DA SUCURSAL DO RIO
"Um novo choque elétrico." Foi
assim que o presidente do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa, definiu o anúncio feito
pela Light Serviços de Eletricidade
de de que deixou de pagar anteontem R$ 425 milhões a um
grupo de bancos privados. A
Light é a maior distribuidora de
energia elétrica do Rio e uma das
maiores do Brasil.
"Hoje eu tive um novo choque
elétrico, a Light", disse Lessa em
entrevista coletiva. A distribuidora deve ao BNDES, mas a dívida
com o banco estatal não está incluída na inadimplência assumida oficialmente anteontem.
Lessa disse que foi "surpreendido" porque, até onde ele sabia, a
EDF (Eléctricité de France), controladora da Light, havia prometido que daria "sustentabilidade" à
sua controlada.
A Light não quis comentar as
declarações de Lessa. Segundo a
Folha apurou, a matriz francesa,
mesmo mantendo a posição de
dar sustentabilidade à Light, estaria procurando fazer com que o
fluxo de caixa da empresa brasileira se adeque à realidade do
mercado contraído.
O BNDES registrou nos primeiros quatro meses deste ano um
prejuízo de R$ 1,059 bilhão, cuja
principal causa é a inadimplência
de outra empresa do setor elétrico, a AES, que deve US$ 1,2 bilhão
(cerca de R$ 3,4 bilhões) ao banco. Entre outras, a AES controla a
Eletropaulo.
De acordo com dados extra-oficiais da Light, a empresa tem dois
tipos de dívida com o BNDES.
Uma, de aproximadamente R$
200 milhões, decorrente de financiamentos clássicos, para investimentos.
A segunda, no valor de aproximadamente R$ 750 milhões, tem
origem nas antecipações de receita feitas pelo governo às empresas
do setor elétrico, com o objetivo
de compensar as perdas provocadas pelo racionamento de energia
elétrica, que vigorou de junho de
2001 a fevereiro de 2002.
Nessa segunda dívida, o papel
do BNDES é apenas de agente repassador de recursos do Tesouro
Nacional.
Crédito
O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) e a CEF (Caixa Econômica
Federal) assinaram ontem contrato pelo qual a Caixa passa a ser
operadora do cartão de crédito
criado pelo BNDES para facilitar
o financiamento da compra de
máquinas e equipamentos por
micro e pequenas empresas.
O cartão tem limite de R$ 50
mil, a juros que, neste mês, estão
em 1,74% ao mês. A taxa de juros
é revista mensalmente com base
na taxa da LTN (Letra do Tesouro
Nacional) de um ano. Em março
deste ano, a taxa era de 2,17% ao
mês.
O presidente da CEF, Jorge Mattoso, disse que a programação da
Caixa é emprestar R$ 100 milhões
por meio do cartão BNDES no
prazo de um ano, mas ele afirmou
acreditar que a meta será atingida
antes do prazo.
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