São Paulo, segunda, 3 de agosto de 1998

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Catálogo em inglês e mandarim reúne mais de 8.000 produtos
China inaugura home page para estimular exportações

Reprodução
Página da Internet criada pelo governo chinês mostra brinquedo fabricado no país


JOSÉLIA AGUIAR
da Redação

A China, que há milênios tem no comércio um dos pilares de sua economia, acaba de criar um site na Internet, a rede mundial de computadores, para oferecer produtos ao exterior.
Não foi à toa que o país decidiu lançar mão do que há de mais moderno em tecnologia para garantir seu ganha-pão secular. As exportações, que cresceram 20,9% em 97, estão perdendo fôlego em virtude da crise asiática.
As vendas ao exterior no primeiro semestre deste ano subiram 7,6%. Parece um ótimo resultado para uma economia como a do Brasil, mas está sendo considerado preocupante pelo governo chinês.
O vasto catálogo está disponível em inglês e mandarim -dialeto oficial da China- e reúne mais de 8.000 produtos, como alimentos, brinquedos, eletrônicos, químicos e tecidos.
Quem quiser comprar dos chineses tem como pontos de partida dois endereços eletrônicos, www.moftec.gov.ch ou www.chinamarket.com.cn
A pesquisa pode ser feita por produto, categoria ou empresa. As páginas incluem desde descrições técnicas dos diversos artigos até a capacidade de produção dos fabricantes.
O ponto final da busca é a identificação do telefone, fax, localidade e nome da pessoa com quem o cliente deve entrar em contato diretamente para fazer o pedido.
O site dispõe ainda de informações sobre política comercial chinesa e oportunidades de investimento no país. Não sem razão. Recentemente, o governo divulgou que os investimentos diretos no país -alavanca do crescimento da economia chinesa nos últimos 20 anos- caíram 1,3% no primeiro semestre.
Shi Guangsheng, ministro de Comércio Exterior e Cooperação Econômica (Moftec), disse na cerimônia de inauguração do site que o principal objetivo é justamente estimular exportações e investimentos.
O site foi inaugurado poucas semanas depois do anúncio da queda de 1,5% das exportações em maio, o primeiro recuo nos últimos 22 meses. O governo espera alcançar crescimento de ao menos 10% em suas exportações este ano.
Analistas, no entanto, estão menos otimistas. Os produtos chineses vêm perdendo mercado para os fabricados pelos países asiáticos atingidos pela crise iniciada em julho de 97.
As moedas desses países acumulam perdas de até 80% em relação ao dólar, como a rupia indonésia. Acredita-se que, por isso, a China será forçada a depreciar o yuan, a moeda local.



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