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Líder nega apoio de transportadora
CHICO SANTOS
da Sucursal do Rio
MAURICIO ESPOSITO
da Reportagem Local
O sindicalista Nélio Botelho, líder do Movimento União Brasil
Caminhoneiro, negou ontem que
a greve da categoria tenha contado com o apoio material das empresas de transporte de cargas.
Segundo a revista "Época" desta
semana, Botelho recebeu apoio
material da empresa Michelon:
passagens aéreas, veículo para se
locomover em São Paulo e até um
gerente da empresa, Jorge Célio
Gomes da Silva, como assessor.
De acordo o sindicalista, ele
apenas pediu ajuda aos dirigentes
da Michelon, com os quais afirmou ter amizade, para resolver
um problema prático.
Botelho disse que na quarta-feira, dia 28, quando se dirigia do aeroporto de Congonhas para a sede regional de São Paulo do
DNER (Departamento Nacional
de Estradas de Rodagem) para se
reunir com o ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, foi informado, por telefone, de que o local
estava tumultuado e inviável para
abrigar a reunião.
"Eu então me desloquei para a
sede da Michelon, que fica ao lado
do DNER, para usar o telefone deles para fazer contato com o ministro e avisar que não havia ambiente para a reunião", disse.
Botelho queria conseguir outro
local para o encontro.
O sindicalista disse que, para se
deslocar da Michelon para o
DNER, pediu ao pessoal da empresa um transporte, afirmando
que um dos veículos usados "parece que foi uma Blazer". Segundo a "Época", o carro pertence à
filha do dono da transportadora.
Botelho afirmou ainda que todas as passagens para suas viagens foram pagas com dinheiro
de "vaquinhas" feitas entre caminhoneiros, oficinas, borracheiros
e alguns postos de abastecimento.
Quanto ao assessor, Botelho
confirmou que ele trabalha para a
Michelon, mas disse que Silva é
também dono de um caminhão e
membro do Movimento União
Brasil Caminhoneiro, sendo seu
assessor nessa condição.
Pelo menos dois participantes
da reunião da última quarta-feira
em São Paulo confirmam que um
representante da transportadora
Michelon participou do encontro
com o líder dos grevistas.
Na lista de presença, solicitada
pelo ministro Padilha, Jorge Célio
Gomes da Silva se identificou apenas como motorista de caminhão.
A diretoria da Michelon não se
pronunciou sobre a participação
da empresa no apoio à greve.
A Associação Nacional do
Transporte de Cargas (NTC), entidade que reúne 12 mil transportadoras, divulgou nota dizendo
que as notícias de apoio de empresas à greve são infundadas.
Nélio Botelho afirmou ainda
que não usou seu programa na
Rádio Globo do Rio para divulgar
a greve e que o programa foi retirado do ar pela emissora por causa de informações dos jornais.
O diretor regional do Rio do Sistema Globo de Rádio, Marcos Libretti, disse que o programa foi
extinto no início da greve porque
Botelho teria usado o espaço para
divulgar o movimento.
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