São Paulo, terça-feira, 03 de setembro de 2002

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LEILÃO

Instituições seguem regra do BC

Banco vende agências e depois aluga imóveis

ISABEL CAMPOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A Caixa Econômica Federal e o banco ABN Amro/Real vão leiloar parte de seus imóveis ocupados por agências.
A CEF venderá 680 agências, no valor aproximado de R$ 600 milhões. Os imóveis continuarão ocupados pela instituição, que assegurará ao novo proprietário um contrato de locação de dez anos, renovável por igual período e reajustado pelo IGP-M.
A venda acontecerá por meio de cinco concorrências públicas. A primeira abertura de propostas será no dia 24 deste mês.
O ABN Amro vai leiloar cem imóveis, com contrato semelhante. Os leilões acontecerão nos dias 17 e 18 deste mês, e o valor mínimo das agências varia de R$ 168 mil a R$ 2,590 milhões.
As instituições estão se desfazendo dos imóveis para se alinharem a duas resoluções do Banco Central que determinam que, até 2003, as instituições financeiras poderão ter, no máximo, o equivalente a 50% do seu patrimônio líquido em ativos permanentes, como imóveis.
Entre junho e agosto, o Bradesco e o Unibanco também promoveram leilões de suas agências, em condições parecidas, pelo mesmo motivo. Se o resultado das vendas do ABN e da CEF for semelhante ao registrado por essas duas instituições, a comercialização deverá ser um sucesso.
"O resultado dos leilões do Bradesco e do Unibanco foi surpreendente. Geralmente, o investidor desse tipo de imóvel exige rentabilidade de pelo menos 1% ao mês. No entanto, nos leilões, muitos compradores aceitaram um retorno na faixa de 0,7% ao mês, próximo ao da poupança", diz Luiz Paulo Pompéia, diretor da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio).
Segundo especialistas, esse tipo de venda está sendo favorecida pela instabilidade do mercado financeiro. Com receio do que possa acontecer no próximo governo, investidores de alto poder aquisitivo estão diversificando suas aplicações e privilegiando a segurança em detrimento da rentabilidade.
No caso do Bradesco, foram vendidas 70 agências, a um preço médio de R$ 2,5 milhões, totalizando R$ 172 milhões. No primeiro leilão, realizado no final de junho, o ágio médio sobre o preço mínimo foi de 33,28%; no segundo, o ágio subiu para 42,23%.
O Bradesco está estudando a realização de um terceiro leilão, mas ainda não há data definida.


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