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COMBUSTÍVEIS
Ministério da Fazenda convoca reunião extraordinária com os Estados para diminuir o imposto estadual
Governo quer reduzir o ICMS na gasolina
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério da Fazenda começou a chamar os Estados para
uma reunião extraordinária do
Confaz (Conselho Nacional de
Política Fazendária) na semana
que vem com o objetivo de convencê-los a reduzir o imposto estadual sobre combustíveis. A medida visa reduzir ainda mais o
preço ao consumidor.
O Confaz reúne governo e secretários de Fazenda estaduais
quando o assunto é ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Pelo ministério, deverá participar da reunião o
secretário-executivo, Amaury
Bier.
O coordenador da área de tributação da Secretaria de Fazenda de
São Paulo, Clóvis Panzarini, disse
que o Estado depende de uma nova pesquisa de preços para reduzir mais o imposto.
A Folha apurou que na maioria
dos Estados o preço da gasolina
teve uma queda em torno de 12%
porque os governos regionais reduziram parcialmente ou até aumentaram a base sobre a qual é
calculado o ICMS.
Para cobrar o ICMS, que varia
de 25% a 30% no caso da gasolina,
os Estados têm que fixar um preço médio como base.
Para a equipe econômica, pelo
menos 17 Estados estão com a base muito alta, impedindo uma redução de 20% nos preços dos
combustíveis como era esperado
pelo governo. A expectativa do
governo estava relacionada à queda do preço nas refinarias, que
neste mês caiu cerca de 25%.
Também há casos específicos de
distribuidoras e postos que estão
esperando uma queda dos estoques antigos de combustíveis para poder reduzir o preço. Mas o
governo também pretende pressionar esses setores, argumentando que a mesma "queima de estoques" não acontece quando o preço sobe.
Panzarini disse que São Paulo
reduziu sua base de cálculo em
7,6%. "Nós não podíamos reduzir
a base na mesma proporção da
queda dos preços nas refinarias
sem saber se essa queda seria refletida nas bombas", disse.
Mas o técnico esclareceu que
novas pesquisas de preços serão
realizadas e a base de cálculo poderá mudar.
Nova base de cálculo
Em dezembro, os Estados firmaram um novo convênio sobre
o ICMS de combustíveis, utilizando os preços do final do ano. Ou
seja, fazendo uma média desses
preços para fixar a base de cálculo. Como os preços estavam muito altos, 16 Estados não aderiram
ao convênio, optando por calcular o imposto com base nos preços do convênio antigo.
Cinco desses Estados (PR, SP,
CE, BA e MT) e o Distrito Federal
reduziram a sua base parcialmente, o que praticamente inviabilizou uma queda maior dos preços
neste mês.
Portanto em apenas dez Estados (RS, SC, ES, PA, RN, PI, AP,
RO e TO) a redução se aproximou
mais do esperado pelo governo.
Alguns Estados que não estão
localizados próximos a refinarias
não terão redução de 20% nos
preços por causa do fim dos subsídios ao transporte do produto.
Ou seja, mesmo que haja mudança no ICMS, o preço poderá permanecer o mesmo.
A redução dos preços da gasolina nas refinarias foi a primeira
resposta do setor ao regime de
preços livres iniciado neste ano.
Até o ano passado, os preços nas
refinarias eram controlados pelo
governo. Agora os preços mudarão conforme as oscilações dos
custos de importação e domésticos dos combustíveis.
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