São Paulo, sábado, 04 de março de 2006

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Analistas duvidam de expansão

DA REPORTAGEM LOCAL

O potencial do Brasil de conseguir crescer em torno de 5% pelas próximas cinco décadas é alvo de dúvida entre economistas.
Para Antonio Manfredini, professor de economia da FGV-SP, é até "possível" e "plausível" projetar que o país consiga manter uma expansão tão robusta. Entre o pós-guerra e 1980, destaca o professor, o Brasil conseguiu manter uma média anual de crescimento do PIB de 7%.
O panorama atual, porém, é bastante diverso. "Não haverá crescimento sem investimento. Para isso, é preciso que o governo corte gastos correntes e libere parte deles para investimentos", afirmou. Outras receitas para um melhor desempenho incluem também um aumento da taxa de poupança. "Isso seria muito favorecido por mais reformas na Previdência", afirmou.
Já o professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) João Sicsú não se arrisca a olhar para um futuro econômico tão remoto. Mas, para um futuro imediato com um cenário de taxa de juros alta, de taxa de câmbio desfavorável para grandes aumentos da exportação, o economista é categórico: "Não dá para pensar nisso [crescimento de 5,4%]".
O exercício de projeções econômicas para horizontes mais distantes também foi realizado pelo banco Goldman Sachs. No mês passado, a instituição divulgou um estudo no qual afirmava que os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) deverão alcançar o mesmo PIB que o G7 em 2040. Atualmente, a cifra está em torno de US$ 52 trilhões. Em 2050, esse valor chegará a quase US$ 90 trilhões. Segundo o banco americano, o Brasil poderá ser a quinta economia do mundo em 45 anos, atrás da China, dos EUA, da Índia e do Japão, nessa ordem.
A aposta nesse grupo de países também é feita pelos tomadores de decisão de grandes empresas transnacionais. Segundo a PriceWaterHouseCoopers, a maioria deles pretende aumentar as operações nesses países. O Brasil tem a preferência de 47% deles. Em primeiro, a China, com 54%.


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