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MERCADO FINANCEIRO
Saldo fica negativo em fevereiro
Estrangeiros vendem mais ações e tiram fôlego da Bovespa no mês
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A venda mais forte de ações por
parte dos estrangeiros foi decisiva
para a Bovespa perder fôlego em
fevereiro. No mês passado, a Bolsa paulista subiu apenas 0,59%,
contra 14,7% de alta registrada em
janeiro.
Dados da Bovespa mostram
que, no mês passado, o saldo das
compras e vendas de ações realizadas pelos estrangeiros no mercado doméstico teve resultado negativo de R$ 561 milhões. A última vez que esse balanço ficou negativo foi em outubro passado.
No primeiro mês do ano, quando a Bolsa de Valores de São Paulo teve valorização expressiva, as
compras de ações feitas com capital externo bateram as vendas em
R$ 2,61 bilhões.
"Acho normal que os estrangeiros tenham realizado um pouco
[de lucros] na Bolsa no mês passado. A entrada de recursos externos em janeiro foi muito pesada",
afirma Álvaro Bandeira, diretor
da corretora Ágora Sênior.
"Mas, como estamos em um ciclo econômico positivo, com os
dados a favor, não há por que o
estrangeiro perder o interesse pelas ações brasileiras. Pelo contrário", completa.
Apesar do saldo negativo de fevereiro, o volume total de ações
compradas com capital externo
no período seguiu bastante expressivo -R$ 17,12 bilhões-,
sendo o segundo melhor resultado da história.
A participação dos estrangeiros
nos negócios totais da Bolsa subiu
ainda mais: de 35,13% em janeiro
foi a 36,17% no mês passado. Isso
mostra o quanto o capital externo
é relevante para o sobe-e-desce do
mercado acionário brasileiro.
No pregão de ontem, o índice
Ibovespa registrou alta de 0,29%.
O movimento levou a Bolsa aos
39.239 pontos, novo patamar recorde. Além do nível inédito, a
Bovespa tem alcançado cifras históricas no que se refere a volume
de negócios.
Em fevereiro, a Bovespa movimentou, em média, R$ 2,7 bilhões
por dia -melhor desempenho
desde o início do Real.
Neste ano, a Bolsa registra uma
valorização acumulada de
17,29%.
Na semana, 39 das 57 ações que
formam o Ibovespa registraram
altas. A semana foi mais curta devido ao Carnaval, com as operações tendo início apenas na tarde
de quarta-feira.
A ação preferencial "A" da
Comgás foi a que mais subiu nesta primeira semana de março:
13,71%. O papel PN da Sadia foi o
que mais recuou, marcando perdas de 8,08%.
No mercado de câmbio, o dólar,
depois de cair 1,17% na semana,
fechou ontem a R$ 2,113, em seu
menor valor em cinco anos.
A elevação do rating (nota de
risco) soberano brasileiro, anunciada pela agência Standard &
Poor's na terça-feira, colaborou
para que o real se apreciasse mais
um pouco diante da moeda norte-americana.
À espera da decisão do Copom
sobre a nova taxa básica da economia, os juros futuros recuaram
mais um pouco. Na BM&F, o
contrato DI (Depósito Interbancário) que vence no fim do mês fechou com taxa de 16,58%, contra 16,61% do dia anterior.
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