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Senado aprova Fraga e diretores do BC
da Sucursal de Brasília
O Senado aprovou ontem a indicação de Armínio Fraga para a presidência do Banco Central depois
que a instituição já havia anunciado a posse do economista, que
ocorrerá hoje.
Seis senadores de partidos governistas votaram contra a indicação de Fraga. Seu nome foi aprovado por 57 votos a favor e 20 contrários, 14 deles do bloco da oposição
(PT, PDT, PSB e PPS). Como a votação é secreta, não há como identificar quem votou contra.
As críticas à indicação de Armínio, todas baseadas no fato de ele
ter trabalhado para o megainvestidor George Soros, consumiram
duas horas da sessão, que foi marcada por bate-boca, ironias e a indiferença dos governistas.
Pedro Simon (PMDB-RS) chegou a pedir que os colegas "fizessem de conta que estavam levando
a sério" a sessão.
Simon pediu que o presidente do
Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), adiasse por 24 horas a votação e fizesse gestões para
que a Câmara aprovasse amanhã o
projeto de lei que exige quarentena
para os membros da diretoria do
Banco Central. ACM negou.
Os outros cinco diretores indicados para o Banco Central também
foram aprovados.
No início da tarde, o BC já havia
marcado a posse de Fraga e da nova diretoria para hoje. Na segunda-feira, haverá cerimônia de
transmissão do cargo.
Reservas
As reservas em moeda estrangeira do Banco Central já caíram US$
1,023 bilhão desde o fim de janeiro.
Anteontem, as reservas fecharam em US$ 35,093 bilhões -queda de US$ 235 milhões, refletindo a
intervenção do BC no mercado de
câmbio na sexta-feira passada.
O BC vendeu dólares para atenuar as pressões para a subida do
dólar no último dia útil de fevereiro. A cotação média da sexta-feira
determinou os ganhos dos investidores no mercado futuro de dólar.
As reservas sofreram impacto
dessas intervenções somente anteontem porque as vendas de dólares são liquidadas dois dias depois
de contratada a operação.
Na semana passada, nos momentos de maior pressão sobre o
câmbio, o BC vendeu cerca de US$
250 milhões por dia.
Com a nova queda, as reservas
internacionais líquidas, que excluem o dinheiro vinculado ao
acordo com o FMI, estão abaixo de
US$ 26 bilhões.
Isso significa que hoje o BC tem
menos de US$ 6 bilhões para honrar os pagamentos da dívida externa oficial e para intervir no
câmbio, caso seja mantida a cláusula do acordo com o FMI que impõe piso para as reservas.
Pelo acordo, as reservas líquidas
não podem ficar abaixo de US$ 20
bilhões. Os recursos ligados ao
acordo somam US$ 9,324 bilhões.
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