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Veículos puxam alta no comércio de SP
Vendas no varejo na região metropolitana paulista cresceram 8,6% em março; comercialização de carros subiu 25,9%
Segundo a Fecomercio/SP, aquecimento nas vendas foi sustentado por mais crédito para as pessoas físicas, com financiamento de R$ 47,7 bi
KAREN CAMACHO
DA FOLHA ONLINE
As vendas do comércio varejista da região metropolitana
de São Paulo cresceram 8,6%
em março em relação a igual
período de 2006 -o melhor índice para o mês desde 2005. Os
dados fazem parte da PCCV
(Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista), da Fecomercio/SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo).
O levantamento mostra que
o aquecimento nas vendas foi
sustentado pela oferta de crédito para pessoas físicas, que no
período atingiu volume de financiamentos superior a R$
47,7 bilhões -aumento de 15%
sobre fevereiro. No trimestre,
as vendas subiram 5,9%.
O aumento nas vendas no comércio foi "puxado" pelas concessionárias de veículos -crescimento de 25,9% sobre março
de 2006, acumulando expansão de 26,4% neste ano.
Segundo a Fecomercio,
maior oferta de crédito, menor
taxa de juros e prazos mais longos são alguns dos fatores que
levaram ao incremento nas
vendas de carros. A variedade
de modelos e a incorporação de
novas tecnologias também
contribuíram para o aumento.
"Há um descompasso entre o
aumento do crédito e a melhoria da renda e do emprego, o
que deve se refletir no aumento
do endividamento e da inadimplência a médio prazo", disse o
presidente da Fecomercio,
Abram Szajman.
O economista Miguel de Oliveira disse que os bens duráveis
e de maior valor agregado, como automóveis, eletroeletrônicos e eletrodomésticos, devem
sustentar o aquecimento do comércio varejista nos próximos
meses. Os juros em queda, os
prazos longos e as prestações
baixas são os motivadores.
"A vantagem da oferta de crédito e da conseqüente alta nas
vendas é o aquecimento da economia e a geração de empregos
nesses setores. Por outro lado,
se algo acontecer de errado no
percurso -na economia do país
ou na situação financeira pessoal-, o consumidor corre o
risco de ficar inadimplente."
Oliveira diz que o consumidor deve comprometer, no máximo, 25% da renda com o pagamento de prestações.
O item eletrodomésticos e
eletrônicos também apresenta
resultado positivo, com alta de
15%, impulsionado por parcelamentos e oferta de crédito.
Outro destaque positivo no
mês foi o segmento de material
de construção, com aumento
de 17,1% no faturamento. Segundo a Fecomercio, o desempenho do setor continua sendo
favorecido pela redução do IPI
para alguns produtos, a oferta
de crédito e o aquecimento do
setor imobiliário.
O pior resultado na pesquisa
da Fecomercio ficou com as lojas de autopeças e acessórios,
com queda de 26,5%. O aumento nas vendas de veículos novos
reflete na redução de investimentos em revisões, peças e
serviços em lojas de autopeças
e acessórios, e compromete o
desempenho do setor.
Os demais ramos tiveram os
seguintes desempenhos em
março: farmácias e perfumarias (+14,5%), vestuário, tecidos
e calçados (+14%), lojas de móveis e decoração (+12,5%), lojas
de departamentos (+8,8%) e
supermercados (-5,1%).
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