São Paulo, sexta-feira, 04 de maio de 2007

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Veículos puxam alta no comércio de SP

Vendas no varejo na região metropolitana paulista cresceram 8,6% em março; comercialização de carros subiu 25,9%

Segundo a Fecomercio/SP, aquecimento nas vendas foi sustentado por mais crédito para as pessoas físicas, com financiamento de R$ 47,7 bi


KAREN CAMACHO
DA FOLHA ONLINE

As vendas do comércio varejista da região metropolitana de São Paulo cresceram 8,6% em março em relação a igual período de 2006 -o melhor índice para o mês desde 2005. Os dados fazem parte da PCCV (Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista), da Fecomercio/SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo).
O levantamento mostra que o aquecimento nas vendas foi sustentado pela oferta de crédito para pessoas físicas, que no período atingiu volume de financiamentos superior a R$ 47,7 bilhões -aumento de 15% sobre fevereiro. No trimestre, as vendas subiram 5,9%.
O aumento nas vendas no comércio foi "puxado" pelas concessionárias de veículos -crescimento de 25,9% sobre março de 2006, acumulando expansão de 26,4% neste ano.
Segundo a Fecomercio, maior oferta de crédito, menor taxa de juros e prazos mais longos são alguns dos fatores que levaram ao incremento nas vendas de carros. A variedade de modelos e a incorporação de novas tecnologias também contribuíram para o aumento.
"Há um descompasso entre o aumento do crédito e a melhoria da renda e do emprego, o que deve se refletir no aumento do endividamento e da inadimplência a médio prazo", disse o presidente da Fecomercio, Abram Szajman.
O economista Miguel de Oliveira disse que os bens duráveis e de maior valor agregado, como automóveis, eletroeletrônicos e eletrodomésticos, devem sustentar o aquecimento do comércio varejista nos próximos meses. Os juros em queda, os prazos longos e as prestações baixas são os motivadores.
"A vantagem da oferta de crédito e da conseqüente alta nas vendas é o aquecimento da economia e a geração de empregos nesses setores. Por outro lado, se algo acontecer de errado no percurso -na economia do país ou na situação financeira pessoal-, o consumidor corre o risco de ficar inadimplente."
Oliveira diz que o consumidor deve comprometer, no máximo, 25% da renda com o pagamento de prestações.
O item eletrodomésticos e eletrônicos também apresenta resultado positivo, com alta de 15%, impulsionado por parcelamentos e oferta de crédito.
Outro destaque positivo no mês foi o segmento de material de construção, com aumento de 17,1% no faturamento. Segundo a Fecomercio, o desempenho do setor continua sendo favorecido pela redução do IPI para alguns produtos, a oferta de crédito e o aquecimento do setor imobiliário.
O pior resultado na pesquisa da Fecomercio ficou com as lojas de autopeças e acessórios, com queda de 26,5%. O aumento nas vendas de veículos novos reflete na redução de investimentos em revisões, peças e serviços em lojas de autopeças e acessórios, e compromete o desempenho do setor.
Os demais ramos tiveram os seguintes desempenhos em março: farmácias e perfumarias (+14,5%), vestuário, tecidos e calçados (+14%), lojas de móveis e decoração (+12,5%), lojas de departamentos (+8,8%) e supermercados (-5,1%).


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