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MERCADO FINANCEIRO
Em dia de forte volatilidade, moeda americana fecha a R$ 2,536; risco-país também oscila forte
Dólar tem alta de 0,79%; Bolsa cai 1,57%
DA REPORTAGEM LOCAL
A antecipação das novas regras para os fundos de investimento
levou preocupação para o mercado financeiro, que repercutiu a
notícia ontem.
A Bolsa de Valores de São Paulo caiu 1,57% e girou a fraca quantia
de R$ 326,938 milhões. O dólar subiu 0,79%, para R$ 2,536, seu
maior valor desde novembro. O dia foi de poucos negócios e grande volatilidade.
O risco-país, medido pelo índice Embi+ do JP Morgan,também
teve um dia de sobe-e-desce. Chegou a encostar nos mil pontos,
mas fechou praticamente estável,
em 977 pontos, ante 976.
Durante o dia houve forte procura pela moeda norte-americana
por instituições que desejavam
"hedge" (proteção cambial) para
compensar perdas sofridas com
os fundos.
O banco JP Morgan rebaixou
sua previsão para o PIB (Produto
Interno Bruto) do Brasil em 2002
e 2003. A expectativa de crescimento para este ano passou de 1%
para 0,7%. Para o ano que vem,
ela caiu de 4% para 3,7%. O relatório do banco cita como motivos
"riscos políticos ligados às eleições" presidenciais de outubro,
com as boas chances de o pré-candidato da oposição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vencer as
eleições, como apontam as pesquisas de intenção de voto.
A Merrill Lynch também declarou que espera crescimento menor para o país.
Segundo Júlio Ziegelmann, do
BankBoston Asset Management,
o mercado se ressentiu ontem devido a problemas no perfil da dívida pública. "Ninguém quer ficar
com os títulos de longo prazo da
dívida pública brasileira. Em um
ano eleitoral, há insegurança e
com as regras de marcação a mercado, as instituições também irão
preferir papéis de curto prazo."
Ele demonstra preocupações
com o que pode acontecer com a
dívida no final do ano. "O BC já
afirmou que dará ao mercado o
papel que ele quiser. Se os vencimentos ficarem todos concentrados para logo após as eleições, poderá ser armada uma bomba-relógio e ainda para este governo."
O dólar chegou a subir mais de
1%, mas a alta foi reduzida em especial pelo anúncio de que o Unibanco concluiu uma captação de
US$ 400 milhões.
Para a Bolsa também pesou a
notícia da intervenção do governo na Previ, um dos maiores investidores do mercado acionário. (ANA PAULA RAGAZZI)
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