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Criação amadora atrasa mercado brasileiro
DA REPORTAGEM LOCAL
"Cavalos não são mais um hobby caro para pecuaristas." Essa é a opinião de Marcelo Navajas, diretor-superintendente da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo de Hipismo (ABCCH ).
Segundo ele, o alto custo de criar
cavalos determinou a saída do
mercado daqueles que encaravam essa atividade apenas como
um passatempo. Mas a boa rentabilidade do negócio com esses
animais tem atraído criadores
profissionais.
Por conta dessa crença de que
criar cavalos é apenas um hobby
caro, o mercado brasileiro não é
muito desenvolvido. Ainda são
poucos os criadores no país, e
muitos deles ainda estão iniciando a sua produção comercial. A
qualidade do cavalo brasileiro,
por exemplo, não é tão alta quanto a dos bovinos criados no país.
"Não quer dizer que nossos cavalos sejam pangarés, mas realmente estamos muito longe da
qualidade dos melhores animais
do mundo -os europeus", diz
Navajas. "Mesmo assim, a profissionalização da atividade já está
mostrando suas vantagens e, dentro de alguns anos, estaremos em
pé de igualdade com os europeus
na qualidade de nossos animais."
A forma que os brasileiros encontraram para melhorar sua tropa foi a importação de material
genético de campeões europeus
para "renovar o sangue" dos animais brasileiros. A compra desse
material, segundo especialistas é
muito mais interessante e viável
economicamente do que importar o próprio animal.
A inseminação artificial, porém,
não é permitida para algumas raças, principalmente de cavalos
utilizados para corrida. Nesses casos, o único meio de melhorar a
qualidade da tropa brasileira é
através da importação de animais
reprodutores.
Hobby rentável
"É claro que existem criadores
que ainda encaram a atividade como um hobby. A diferença é que
agora eles preferem que esse
hobby seja rentável", diz João
Carlos Ribeiro, que cria cavalos
há 23 anos em Louveira (a 73 Km
de São Paulo). Segundo ele, a atividade tem muito rentabilidade e
é razoavelmente segura. Só que,
para isso, é preciso que o criador a
encare como um negócio.
"Não adianta: se não houver
uma administração boa do negócio, ele não vai dar lucro. Vai ser
bonito ver os cavalos e os potrinhos na fazenda, mas não será
rentável", diz Ribeiro.
De acordo com ele, o retorno
dos cavalos de hipismo (nos quais
se pode utilizar a técnica de inseminação artificial) é mais demorado e o custo um pouco mais baixo que no caso dos cavalos de corrida. Porém, no caso dos animais
de salto, o retorno é mais garantido, dada a possibilidade de melhorar sempre e mais rapidamente os animais com a inseminação
artificial. Fora isso, diz ele, que
também já criou animais de velocidade, os custos envolvidos na
criação de um cavalo de corrida
são mais altos que os na criação de
um animal de salto.
(CC E JSO)
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