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São Paulo, quarta-feira, 04 de junho de 2003

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CENÁRIO MELHOR

Agência cita acordo político com PMDB e manutenção de juros

Fitch eleva recomendação para o país

ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK

Otimista com a condução política, a agência de classificação de risco FitchRatings melhorou ontem, pela segunda vez neste ano, a avaliação da dívida brasileira.
A empresa mudou de "estável" para "positiva" a perspectiva dos títulos do país -sem, no entanto, alterar a nota, que segue sendo B, posição em que está desde outubro do ano passado. Ter perspectiva positiva significa que a probabilidade de a nota subir nos próximos dois anos é superior a 50%.
Em março, a Fitch já havia alterado a perspectiva brasileira de "negativa" para "estável". Com isso, tornou-se a primeira das grandes agências de classificação a melhorar a avaliação do país, passo acompanhado posteriormente pela Standard & Poor's.
Por outro lado, a Fitch apontou fatores como o apoio do PMDB ao governo para melhorar a perspectiva para o Brasil.
"Isso significa que o governo tem agora maioria suficiente para passar as reformas da Previdência e tributária. Isso é importante", afirma Morgan Harting, diretor do grupo de dívida de governos da agência de classificação.
Outro fator crucial foi a decisão do Copom de manter a taxa básica de juros apesar da pressão política para que fosse reduzida.
"Aquela decisão mostrou que o Banco Central está fazendo uma política monetária apertada. Sob pressão política, tomou a decisão correta, de combater a inflação. Isso é um sinal positivo", diz Harting. "O Banco Central brasileiro tem muito pouca credibilidade. Se o mercado percebesse que o governo havia pressionado o BC para diminuir a taxa de juros, iria perder ainda mais credibilidade."


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