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CENÁRIO MELHOR
Agência cita acordo político com PMDB e manutenção de juros
Fitch eleva recomendação para o país
ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK
Otimista com a condução política, a agência de classificação de
risco FitchRatings melhorou ontem, pela segunda vez neste ano, a
avaliação da dívida brasileira.
A empresa mudou de "estável"
para "positiva" a perspectiva dos
títulos do país -sem, no entanto,
alterar a nota, que segue sendo B,
posição em que está desde outubro do ano passado. Ter perspectiva positiva significa que a probabilidade de a nota subir nos próximos dois anos é superior a 50%.
Em março, a Fitch já havia alterado a perspectiva brasileira de
"negativa" para "estável". Com isso, tornou-se a primeira das grandes agências de classificação a
melhorar a avaliação do país, passo acompanhado posteriormente
pela Standard & Poor's.
Por outro lado, a Fitch apontou
fatores como o apoio do PMDB
ao governo para melhorar a perspectiva para o Brasil.
"Isso significa que o governo
tem agora maioria suficiente para
passar as reformas da Previdência
e tributária. Isso é importante",
afirma Morgan Harting, diretor
do grupo de dívida de governos
da agência de classificação.
Outro fator crucial foi a decisão
do Copom de manter a taxa básica de juros apesar da pressão política para que fosse reduzida.
"Aquela decisão mostrou que o
Banco Central está fazendo uma
política monetária apertada. Sob
pressão política, tomou a decisão
correta, de combater a inflação.
Isso é um sinal positivo", diz Harting. "O Banco Central brasileiro
tem muito pouca credibilidade.
Se o mercado percebesse que o
governo havia pressionado o BC
para diminuir a taxa de juros, iria
perder ainda mais credibilidade."
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