|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CAPITALISMO EM CRISE
Nível é inferior ao de setembro; EUA têm ligeira alta
Bolsas da Europa aprofundam baixa
DA REDAÇÃO
O mau humor não deu nenhuma trégua aos mercados europeus, e as perdas continuaram a se aprofundar ontem. A maior
parte das Bolsas operou abaixo do
nível de setembro, quando houve
uma grande queda em decorrência dos ataques terroristas.
A Bolsa de Londres recuou
3,39%, influenciada pela crise de
confiança nos balanços das grandes corporações. Com a acentuada queda, o índice FTSE 100 foi ao
menor patamar dos últimos cinco
anos.
O mercado parisiense também
aumentou as perdas, e o índice
CAC 40 caiu ao seu menor nível
desde novembro de 1998, com
desvalorização de 3% no dia.
Empresas de telecomunicações,
como a France Telecom e a Alcatel, estiveram entre as maiores
perdedoras na Bolsa de Paris. Mas
o maior tombo foi novamente do
grupo Vivendi Universal, que, depois de cair 25,5% anteontem,
caiu outros 22%. Desde janeiro, as
ações da empresa já perderam
três quartos de seu valor.
A Vivendi passa por uma severa
crise de confiança, que culminou
com a renúncia de seu presidente,
Jean-Marie Messier, 45, no começo da semana. Ontem foi indicado
o novo chefão da companhia,
Jean-René Fourtou, 63, atualmente um dos principais executivos
do grupo farmacêutico Aventis.
No ano passado, o grupo Vivendi Universal sofreu um prejuízo
de US$ 12 bilhões, o maior já apurado por uma empresa francesa.
A crise se agravou depois que os
acionistas começaram a desconfiar da habilidade de Messier, antes tido como um visionário, para
comandar negócios tão diversos
como saneamento básico e estúdios de filmes de Hollywood.
Alguns analistas já falam na
possibilidade de o grupo se desfazer de parte de suas atividades,
para tentar sobreviver.
O novo presidente terá de encontrar uma saída para a enorme
dívida do grupo, criada com a rápida expansão feita na década
passada. A Vivendi, que nasceu
há 150 anos como uma estatal de
fornecimento de água, tornou-se
o segundo maior grupo de mídia
do planeta com a aquisição da
Universal, em 2000.
EUA respiram
A Bolsas norte-americanas fecharam com ligeira alta. Os investidores anteciparam os negócios por causa do feriado de hoje nos
EUA e aproveitaram para comprar algumas pechinchas. O índice Dow Jones fechou com alta de 0,52%, e a Nasdaq subiu 1,65%.
Texto Anterior: Opinião Econômica - Paulo Nogueira Batista Jr.: A estabilidade depende do crescimento Próximo Texto: Bush se enrola para explicar fraude contábil de 89 Índice
|