São Paulo, quinta-feira, 04 de julho de 2002

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Nova medida do BC segura dólar e cotação recua 1%, para R$ 2,865

DA REPORTAGEM LOCAL

A nova forma de atuação do Banco Central no mercado cambial levou o dólar a encerrar mais um pregão em queda ontem. A moeda americana fechou com baixa de 1%, cotada a R$ 2,865.
O BC informou ontem que irá voltar a utilizar a ração diária de dólares para tentar acabar com a falta de liquidez do mercado. Nos últimos dias, analistas afirmavam que o dólar subia porque a procura pela moeda era alta, mas havia falta de vendedores.
O anúncio foi feito pela manhã. O mercado iniciara o dia nevoso, repercutindo o rebaixamento da nota dada pela Standard & Poor's para a dívida soberana brasileira. O dólar chegou a subir 1,80%. Logo após a divulgação das medidas, caía 2%. Mas, durante o dia, a queda diminuiu.
Para Doron Admoni, do Lloyds TSB, o fato de o BC ter feito apenas um leilão de linha externa de US$ 100 milhões desanimou investidores: "Como ele não vendeu moeda, houve certa frustração".
O BC também tentou por duas vezes fazer um leilão de "swap" cambial ontem, mas recusou todas as propostas. Considerou os prêmios pedidos muito altos.
O mercado classificou a atuação do BC como positiva, mas avalia que a tranquilidade está longe. "Para o dólar subir 2%, está fácil. Para cair no mesmo ritmo, está muito difícil", diz Alexandre Silvério, da GAP Asset Management. Para este fim de semana, está prevista a divulgação de novas pesquisas eleitorais. Se, como especula o mercado, for confirmada uma estagnação de José Serra (PSDB) e um crescimento de Ciro Gomes (PPS), o nervosismo pode voltar. Segundo um operador, se o BC vender dólares diretamente ao mercado hoje, a cotação pode cair. Isso porque hoje é feriado nos EUA e o cenário externo, que tem abalado o mercado nacional, não terá tanto peso. (APR)


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