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Governo vai pedir dinheiro ao BC
dos BCs do mundo para pagar BID
DE BUENOS AIRES
O governo argentino vai pedir
um empréstimo de curto prazo
para o BIS (Banco Central dos
bancos centrais) para pagar outro
empréstimo de US$ 700 milhões
do BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento) que vence no
próximo dia 17.
O pedido será feito pelo novo
presidente do BC argentino, Aldo
Pignanelli, que viaja para Basiléia
(Suíça) amanhã para participar
da reunião de cúpula do BIS.
O BID confirmou ontem que aspectos legais impedem que o pagamento da dívida seja adiado.
Apenas o FMI (Fundo Monetário
Internacional) tem esse poder.
Por isso, o governo começou a
estudar todas as possibilidades
para evitar o calote da dívida sem
apelar para as reservas internacionais do país, que ontem caíram
para US$ 9,57 bilhões.
Há cerca de dois meses, o governo já havia tentado negociar sem
sucesso a concessão de um empréstimo-ponte de outros países
para honrar dívidas com organismos internacionais.
No entanto, o Ministério da
Economia acredita que dessa vez
possa ser mais bem-sucedido devido aos recentes sinais de apoio
do FMI, que na segunda-feira deve enviar nova missão a Buenos
Aires para negociar formas de
reestruturar o sistema bancário.
Ontem, o país deu mais um importante passo na direção do
acordo com o Fundo. A Província
de Córdoba foi a quinta a assinar
o pacto definitivo com o governo
federal para reduzir o déficit fiscal. Com isso, o dólar caiu 2,4%,
vendido a 3,66 pesos.
Nesta semana, a moeda norte-americana já acumula queda de
6,4%. Além do otimismo em relação ao acordo com o FMI, o recuo
também foi explicado pela decisão do presidente Eduardo Duhalde de propor a antecipação da
eleição para março de 2003 -ela
estava marcada para setembro.
Inflação
A inflação recuou pelo segundo
mês consecutivo na Argentina. O
Indec (o IBGE local) divulgou ontem que os preços ao consumidor
subiram 3,6% em junho. O resultado é inferior ao registrado em
maio (4%) e em abril (10,4%).
No entanto, a partir de julho os
preços podem começar a sentir o
impacto do reajuste salarial de 100
pesos (US$ 27) que será decretado
pelo governo para os trabalhadores do setor privado.
Outro indicador divulgado ontem no país mostrou que a produção de veículos em junho caiu 46% em relação ao mesmo mês do ano passado e 8,9% na comparação com maio.(JS)
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