São Paulo, quinta-feira, 04 de julho de 2002

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Governo vai pedir dinheiro ao BC dos BCs do mundo para pagar BID

DE BUENOS AIRES

O governo argentino vai pedir um empréstimo de curto prazo para o BIS (Banco Central dos bancos centrais) para pagar outro empréstimo de US$ 700 milhões do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) que vence no próximo dia 17.
O pedido será feito pelo novo presidente do BC argentino, Aldo Pignanelli, que viaja para Basiléia (Suíça) amanhã para participar da reunião de cúpula do BIS.
O BID confirmou ontem que aspectos legais impedem que o pagamento da dívida seja adiado. Apenas o FMI (Fundo Monetário Internacional) tem esse poder.
Por isso, o governo começou a estudar todas as possibilidades para evitar o calote da dívida sem apelar para as reservas internacionais do país, que ontem caíram para US$ 9,57 bilhões.
Há cerca de dois meses, o governo já havia tentado negociar sem sucesso a concessão de um empréstimo-ponte de outros países para honrar dívidas com organismos internacionais.
No entanto, o Ministério da Economia acredita que dessa vez possa ser mais bem-sucedido devido aos recentes sinais de apoio do FMI, que na segunda-feira deve enviar nova missão a Buenos Aires para negociar formas de reestruturar o sistema bancário.
Ontem, o país deu mais um importante passo na direção do acordo com o Fundo. A Província de Córdoba foi a quinta a assinar o pacto definitivo com o governo federal para reduzir o déficit fiscal. Com isso, o dólar caiu 2,4%, vendido a 3,66 pesos.
Nesta semana, a moeda norte-americana já acumula queda de 6,4%. Além do otimismo em relação ao acordo com o FMI, o recuo também foi explicado pela decisão do presidente Eduardo Duhalde de propor a antecipação da eleição para março de 2003 -ela estava marcada para setembro.

Inflação
A inflação recuou pelo segundo mês consecutivo na Argentina. O Indec (o IBGE local) divulgou ontem que os preços ao consumidor subiram 3,6% em junho. O resultado é inferior ao registrado em maio (4%) e em abril (10,4%).
No entanto, a partir de julho os preços podem começar a sentir o impacto do reajuste salarial de 100 pesos (US$ 27) que será decretado pelo governo para os trabalhadores do setor privado.
Outro indicador divulgado ontem no país mostrou que a produção de veículos em junho caiu 46% em relação ao mesmo mês do ano passado e 8,9% na comparação com maio.(JS)


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