São Paulo, terça-feira, 04 de julho de 2006

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UE pede que Brasil seja "construtivo" na OMC

Presidente da Comissão Européia quer que outros países "contribuam" nas negociações da Rodada Doha

DA BLOOMBERG

O presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, pediu aos Estados Unidos, ao Brasil e aos outros parceiros comerciais da Europa que sejam "construtivos" durante as conversas na OMC (Organização Mundial do Comércio), após as negociações terem começado a cair por terra em Genebra, na Suíça.
"A Europa continuará a se mostrar construtiva nas negociações. Todo mundo precisa fazer o mesmo: ser construtivo", disse Barroso, que preside o braço executivo da União Européia, em entrevista ontem em Helsinque, na Finlândia. "Precisamos que os outros também contribuam."
No início do dia de ontem, ao falar com repórteres ao lado da presidente finlandês, Tarja Halonen, ele demonstrou otimismo com as negociações sobre o comércio mundial: "Nós ainda acreditamos que o sucesso da rodada Doha é possível".
As negociações na OMC, que visam criar um "manual do usuário" para um possível acordo mundial, começaram a dar errado logo no início da nova etapa, no sábado, quando os governos presentes não foram capazes de fazer nenhuma concessão adicional, o que ameaça minar as negociações.
Segundo o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, os ministros do Comércio dos países que estão negociando não chegara a acordo sobre a redução dos subsídios agrícolas e das tarifas que incidem sobre os produtos industrializados.
Ambos os objetivos são requisitos para que os 149 países-membros da organização cumpram o prazo final de 31 de julho, quando deverão ser apresentados seus compromissos legais referentes à redução das tarifas de importação e dos subsídios concedidos a produtos agrícolas e suas promessas referentes a tarifas de produtos específicos.
Lamy tem duas semanas para convencer EUA, Índia, UE e Brasil a fazer concessões e resgatar a chance de firmar um acordo neste ano.

Pobreza
Para o vice-secretário-geral das Nações Unidas, Mark Malloch Brown, a falta de sucesso na Rodada Doha pode colocar em risco o cumprimento das metas de redução de pobreza estabelecidas pelas entidade.
De acordo com ele, "um acordo na Rodada Doha é absolutamente crucial. Uma rodada comercial nos termos certos pode ser uma verdadeiro rodada de desenvolvimento".
"As estatísticas falam por si mesmas. Os países que estão integrados na economia mundial crescem mais rápido que os que não estão. Este foi um fim de semana ruim para estes objetivos [de redução de pobreza]", acrescentou o vice de Kofi Annan.


Com a Redação

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