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UE pede que Brasil seja "construtivo" na OMC
Presidente da Comissão Européia quer que outros países "contribuam" nas negociações da Rodada Doha
DA BLOOMBERG
O presidente da Comissão
Européia, José Manuel Durão
Barroso, pediu aos Estados
Unidos, ao Brasil e aos outros
parceiros comerciais da Europa que sejam "construtivos"
durante as conversas na OMC
(Organização Mundial do Comércio), após as negociações
terem começado a cair por terra em Genebra, na Suíça.
"A Europa continuará a se
mostrar construtiva nas negociações. Todo mundo precisa
fazer o mesmo: ser construtivo", disse Barroso, que preside
o braço executivo da União Européia, em entrevista ontem
em Helsinque, na Finlândia.
"Precisamos que os outros
também contribuam."
No início do dia de ontem, ao
falar com repórteres ao lado da
presidente finlandês, Tarja Halonen, ele demonstrou otimismo com as negociações sobre o
comércio mundial: "Nós ainda
acreditamos que o sucesso da
rodada Doha é possível".
As negociações na OMC, que
visam criar um "manual do
usuário" para um possível acordo mundial, começaram a dar
errado logo no início da nova
etapa, no sábado, quando os governos presentes não foram capazes de fazer nenhuma concessão adicional, o que ameaça
minar as negociações.
Segundo o diretor-geral da
OMC, Pascal Lamy, os ministros do Comércio dos países
que estão negociando não chegara a acordo sobre a redução
dos subsídios agrícolas e das tarifas que incidem sobre os produtos industrializados.
Ambos os objetivos são requisitos para que os 149 países-membros da organização cumpram o prazo final de 31 de julho, quando deverão ser apresentados seus compromissos
legais referentes à redução das
tarifas de importação e dos
subsídios concedidos a produtos agrícolas e suas promessas
referentes a tarifas de produtos
específicos.
Lamy tem duas semanas para convencer EUA, Índia, UE e
Brasil a fazer concessões e resgatar a chance de firmar um
acordo neste ano.
Pobreza
Para o vice-secretário-geral
das Nações Unidas, Mark Malloch Brown, a falta de sucesso
na Rodada Doha pode colocar
em risco o cumprimento das
metas de redução de pobreza
estabelecidas pelas entidade.
De acordo com ele, "um acordo na Rodada Doha é absolutamente crucial. Uma rodada comercial nos termos certos pode
ser uma verdadeiro rodada de
desenvolvimento".
"As estatísticas falam por si
mesmas. Os países que estão
integrados na economia mundial crescem mais rápido que os
que não estão. Este foi um fim
de semana ruim para estes objetivos [de redução de pobreza]", acrescentou o vice de Kofi
Annan.
Com a Redação
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