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Mercado interno puxa alta de 6,5% nas vendas da indústria
Demanda doméstica compensa efeito do dólar baixo no resultado das empresas, diz CNI
Desempenho se concentra nos segmentos de alimentos e bebidas (6,7%), máquinas
e equipamentos (15%) e metalurgia básica (10,6%)
ANA PAULA RIBEIRO
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
O aquecimento do mercado
interno tem impulsionado as
vendas na indústria, que em julho subiram 6,5% na comparação com o mesmo mês de 2006
e acumulam no ano uma alta de
3,3%. Para a CNI (Confederação Nacional da Indústria), o
maior dinamismo interno
compensa o dólar baixo, que
afeta o faturamento em reais
das empresas exportadoras.
"Esses dados mostram que a
demanda interna está forte e
tem sido suficiente para dar um
maior dinamismo à indústria",
afirma Paulo Mol, da Unidade
de Política Econômica da CNI.
Os dados divulgados fazem
parte do boletim mensal "Indicadores Industriais", que mostra ainda que o crescimento das
vendas em relação ao mês de
junho cresceu 1,2% (dado dessazonalizado). Isso ocorreu
mesmo com a valorização do
real de 2,5% no mês. Nos 12 meses encerrados em julho, a valorização é ainda maior: 14%.
Mol estima que o desempenho das vendas no ano deva ficar próximo ao visto em 2004,
quando a expansão foi de 5,4%.
"Observamos um crescimento
do investimento, o que nos dá
um dimensão mais tranqüila."
Em agosto, segundo ele, o resultado muda de perfil e será
estimulado pela desvalorização
do real. Com a maior cotação do
dólar, as empresas irão receber
mais reais nas vendas feitas ao
exterior.
Mol explicou, no entanto,
que o desempenho das vendas
no ano está concentrado em
poucos segmentos: alimentos e
bebidas (6,7%), máquinas e
equipamentos (15%) e metalurgia básica (10,6%). Os três
respondem por 92% do crescimento das vendas e por pouco
mais de um terço da produção
industrial brasileira.
Além disso, Mol ressaltou o
fato de todos os indicadores terem ficado positivos em julho.
"A economia está num processo de recuperação e ele é claro."
Os salários pagos na indústria de transformação subiram
em julho 5,6%. No ano, acumulam alta de 4,9%.
O desempenho é maior que a
variação do total de pessoas
empregadas na indústria -em
julho, houve crescimento de
3,7% no número de empregados. Trata-se do maior avanço
desde março (3,9%).
Já a utilização da capacidade
instalada (indicador que mede
a utilização do total de máquinas e equipamentos de uma indústria) em julho chegou a
82,5%, ante 80,5% em julho de
2006 e 82,4% em junho deste
ano. O dado dessazonalizado
(sem os efeitos típicos de cada
período) ficou em 82,6%, acima
dos 80,7% em julho de 2006 e
dos 82,2% de junho deste ano.
Segundo a CNI, a expansão
da capacidade reflete o avanço
da ocupação e do número de
horas trabalhadas na indústria
de transformação -as horas
trabalhadas apresentaram um
crescimento de 4,7% em julho e
de 3,8% no acumulado do ano.
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