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Para analistas, ação tímida tem efeito inócuo
IVONE PORTES
DA FOLHA ONLINE
Nem mesmo a atuação do
Banco Central no câmbio foi
suficiente para fazer o dólar fechar em alta ontem. A moeda
norte-americana encerrou a segunda-feira com leve baixa de
0,04%, vendida a R$ 2,229,
após avançar 0,89% e atingir os
R$ 2,25 na máxima do dia.
Segundo informações do
mercado, a autoridade monetária comprou um volume
muito baixo de dólares ontem,
o que reduziu o impacto na variação da moeda.
"Se o BC continuar comprando pouco e esporadicamente, o
dólar continuará caindo", disse
André Kitahara, do RaboBank.
A alta máxima da divisa foi
registrada no final da manhã,
após o anúncio do leilão.
Desde 11 de agosto, a instituição não fazia leilão de compra
no câmbio à vista. Entretanto,
naquela data, o BC acabou não
aceitando as propostas dos
bancos. A última vez em que a
autoridade monetária efetivamente comprou dólares no
mercado foi em 16 de março.
Para Alex Agostini, economista-chefe da consultoria
Global Invest, a ação da instituição já era esperada pela
maioria dos operadores e analistas do mercado, já que na semana passada o diretor de Política Econômica, Afonso Bevilaqua, declarou que o BC, por
meio do Tesouro, poderia retornar ao mercado cambial
comprando divisas para dar
continuidade ao seu processo
de recomposição de reservas.
O economista da Global Invest considera que a intenção
do BC não era fazer o dólar subir, mas conter a queda da divisa. "O BC está testando o mercado para ver como ele reage."
Segundo o economista, os juros baixos em outras economias -como nos EUA e na zona do euro-, a taxa básica alta
no Brasil, os superávits comerciais da balança brasileira, as
captações externas e o recuo do
risco-país devem continuar
dando sustentação à queda do
dólar em relação ao real.
Risco perto do recorde
O risco Brasil fechou em baixa de 1,16% ontem, aos 341
pontos, e se aproximou da mínima histórica, que é de 337
pontos -registrada em 1997.
O indicador é uma espécie de
termômetro da percepção dos
investidores estrangeiros em
relação ao país. Quando cai, sinaliza que a confiança no Brasil
está em alta.
O dia foi positivo também na
Bolsa de Valores de São Paulo,
que subiu 0,86% e fechou com
um novo recorde, ao marcar
31.856 pontos.
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