São Paulo, terça-feira, 04 de outubro de 2005

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Para analistas, ação tímida tem efeito inócuo

IVONE PORTES
DA FOLHA ONLINE

Nem mesmo a atuação do Banco Central no câmbio foi suficiente para fazer o dólar fechar em alta ontem. A moeda norte-americana encerrou a segunda-feira com leve baixa de 0,04%, vendida a R$ 2,229, após avançar 0,89% e atingir os R$ 2,25 na máxima do dia.
Segundo informações do mercado, a autoridade monetária comprou um volume muito baixo de dólares ontem, o que reduziu o impacto na variação da moeda.
"Se o BC continuar comprando pouco e esporadicamente, o dólar continuará caindo", disse André Kitahara, do RaboBank.
A alta máxima da divisa foi registrada no final da manhã, após o anúncio do leilão.
Desde 11 de agosto, a instituição não fazia leilão de compra no câmbio à vista. Entretanto, naquela data, o BC acabou não aceitando as propostas dos bancos. A última vez em que a autoridade monetária efetivamente comprou dólares no mercado foi em 16 de março.
Para Alex Agostini, economista-chefe da consultoria Global Invest, a ação da instituição já era esperada pela maioria dos operadores e analistas do mercado, já que na semana passada o diretor de Política Econômica, Afonso Bevilaqua, declarou que o BC, por meio do Tesouro, poderia retornar ao mercado cambial comprando divisas para dar continuidade ao seu processo de recomposição de reservas.
O economista da Global Invest considera que a intenção do BC não era fazer o dólar subir, mas conter a queda da divisa. "O BC está testando o mercado para ver como ele reage."
Segundo o economista, os juros baixos em outras economias -como nos EUA e na zona do euro-, a taxa básica alta no Brasil, os superávits comerciais da balança brasileira, as captações externas e o recuo do risco-país devem continuar dando sustentação à queda do dólar em relação ao real.

Risco perto do recorde
O risco Brasil fechou em baixa de 1,16% ontem, aos 341 pontos, e se aproximou da mínima histórica, que é de 337 pontos -registrada em 1997.
O indicador é uma espécie de termômetro da percepção dos investidores estrangeiros em relação ao país. Quando cai, sinaliza que a confiança no Brasil está em alta.
O dia foi positivo também na Bolsa de Valores de São Paulo, que subiu 0,86% e fechou com um novo recorde, ao marcar 31.856 pontos.


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