São Paulo, terça-feira, 04 de outubro de 2005

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Venda à vista cai pela 1ª vez no ano em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

Pela primeira vez no ano, as vendas à vista registraram queda em São Paulo, e o desempenho do comércio foi sustentado apenas pelos negócios parcelados -num sinal evidente de que a expansão no consumo está "montada" nas operações a prazo.
As consultas ao SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), indicador das vendas em parcelas, aumentaram 4,3% em setembro deste ano sobre o mesmo mês de 2004. Toda vez que uma loja fecha uma operação, ela pode consultar o SCPC para verificar se o cliente é inadimplente ou não.
Já as consultas ao UseCheque, utilizado como balizador das vendas à vista, diminuíram 2,5% no mesmo período. Detalhe: de janeiro a agosto, só foram registradas taxas positivas.
Em relação ao mês de agosto deste ano, as consultas -tanto ao SCPC como ao UseCheque- apresentaram uma queda de 10,6%.
Para o presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos, essa queda observada em setembro é resultado das elevadas taxas de juros. Em comunicado, ele diz que "a desaceleração só não foi maior por causa da grande oferta de financiamento, especialmente com o crédito e as intensas promoções feitas pelo varejo".
Além disso, afirma ele, a redução nas consultas das operações à vista pode ser explicada, em parte, pelo impacto do clima no desejo de compra do consumidor. Os dias frios no mês passado impediram que as lojas conseguissem vender a sua coleção primavera-verão. E as liquidações de inverno já acabaram.

Inadimplência
Um aumento nas vendas parceladas faz crescer o temos de calotes futuros do consumidor. Por isso esses dados mensais de vendas estão sendo observados de perto pelos especialistas.
Os registros recebidos (carnês em atraso incluídos no SCPC) tiveram aumento de 11,1% em setembro sobre igual intervalo do ano passado. Já os cancelados (carnês excluídos) registraram alta de 9% sobre setembro.
Em volume, há mais pessoas entrando na lista de devedores do que saindo dela.
Em relação a agosto deste ano, os registros recebidos sofreram uma queda de 1,1%, e os cancelados, de 2,2%, respectivamente. (AM)


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