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TRABALHO
Em agosto, 21 mil vagas foram criadas no país, segundo o Sinduscon-SP
Emprego reage na construção civil
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado de trabalho no setor
da construção civil começa a reagir ao incremento do crédito imobiliário, que só neste ano cresceu
50% em relação a igual período de
2004. Mas, apesar do aumento no
número de empregos com carteira assinada, o setor avalia que o
resultado ainda é inferior ao esperado, diz o Sinduscon-SP (sindicato da indústria da construção).
Em agosto, o nível de emprego
na construção civil aumentou
1,54% na comparação com julho
-o que correspondeu à criação
de 21,2 mil postos de trabalho formais no país, de acordo com informações do sindicato e da
GVconsult, a partir de informações do Ministério do Trabalho.
Em julho, foram abertas 15,5 mil
vagas em comparação a junho.
As empresas contrataram, de janeiro a agosto deste ano, mais
110,4 mil trabalhadores com carteira assinada -aumento de 5,1%
sobre as contratações feitas em
igual período do ano passado.
Com esse aumento, o número de
empregados na construção civil
no país chegou a 1,396 milhão.
"Existe um crescimento do emprego, isso é fato. Mas não está
disseminado pelo país. E o resultado ainda está aquém do necessário e muito distante do potencial que a construção civil possui
na geração de empregos", afirmou Eduardo Zaidan, vice-presidente do Sinduscon-SP.
Para os empresários do setor, o
aumento do emprego é resultado
principalmente de decisões de investimento feitas há cerca de seis
meses e do aumento dos financiamentos ao setor imobiliário com
recursos da caderneta de poupança e do FGTS. "A construção não é
um setor nervoso. O impacto no
emprego chega, mas demanda
um tempo -em média, cinco a
seis meses", disse Zaidan.
Segundo os empresários, há
muitas promessas de investimentos, mas as ações demoram para
ocorrer. Ontem, durante seminário da construção civil na Fiesp
(Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o presidente
Lula disse que o governo estuda
medidas para incrementar o setor
da construção civil.
"Determinei aos meus ministros a constituição de um grupo
de trabalho para intensificar o
diálogo e a busca conjunta de soluções para os problemas da indústria da construção civil."
Esse grupo, segundo ele, vai trabalhar com um projeto de casas
populares: "Uma habitação acessível ao segmento de menor renda, mas que será tratada como
produto específico, com sistema
de planejamento e financiamento
que possibilite um tratamento tributário diferenciado. O resultado
será um maior número de casas
populares."
Por região
O emprego cresceu em agosto
principalmente nas regiões Nordeste e Sudeste. No Estado de São
Paulo, que concentra cerca de
30% da mão-de-obra do país, foram criadas 7.000 vagas. Desse total, 2.634 foram na capital e 360 no
ABC. Na Baixada Santista, região
de Bauru e Presidente Prudente
houve o corte de 355 vagas.
Colaborou Bruno Lima, da Reportagem Local
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