São Paulo, terça-feira, 04 de outubro de 2005

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TRABALHO

Em agosto, 21 mil vagas foram criadas no país, segundo o Sinduscon-SP

Emprego reage na construção civil

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado de trabalho no setor da construção civil começa a reagir ao incremento do crédito imobiliário, que só neste ano cresceu 50% em relação a igual período de 2004. Mas, apesar do aumento no número de empregos com carteira assinada, o setor avalia que o resultado ainda é inferior ao esperado, diz o Sinduscon-SP (sindicato da indústria da construção).
Em agosto, o nível de emprego na construção civil aumentou 1,54% na comparação com julho -o que correspondeu à criação de 21,2 mil postos de trabalho formais no país, de acordo com informações do sindicato e da GVconsult, a partir de informações do Ministério do Trabalho. Em julho, foram abertas 15,5 mil vagas em comparação a junho.
As empresas contrataram, de janeiro a agosto deste ano, mais 110,4 mil trabalhadores com carteira assinada -aumento de 5,1% sobre as contratações feitas em igual período do ano passado. Com esse aumento, o número de empregados na construção civil no país chegou a 1,396 milhão.
"Existe um crescimento do emprego, isso é fato. Mas não está disseminado pelo país. E o resultado ainda está aquém do necessário e muito distante do potencial que a construção civil possui na geração de empregos", afirmou Eduardo Zaidan, vice-presidente do Sinduscon-SP.
Para os empresários do setor, o aumento do emprego é resultado principalmente de decisões de investimento feitas há cerca de seis meses e do aumento dos financiamentos ao setor imobiliário com recursos da caderneta de poupança e do FGTS. "A construção não é um setor nervoso. O impacto no emprego chega, mas demanda um tempo -em média, cinco a seis meses", disse Zaidan.
Segundo os empresários, há muitas promessas de investimentos, mas as ações demoram para ocorrer. Ontem, durante seminário da construção civil na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o presidente Lula disse que o governo estuda medidas para incrementar o setor da construção civil.
"Determinei aos meus ministros a constituição de um grupo de trabalho para intensificar o diálogo e a busca conjunta de soluções para os problemas da indústria da construção civil."
Esse grupo, segundo ele, vai trabalhar com um projeto de casas populares: "Uma habitação acessível ao segmento de menor renda, mas que será tratada como produto específico, com sistema de planejamento e financiamento que possibilite um tratamento tributário diferenciado. O resultado será um maior número de casas populares."

Por região
O emprego cresceu em agosto principalmente nas regiões Nordeste e Sudeste. No Estado de São Paulo, que concentra cerca de 30% da mão-de-obra do país, foram criadas 7.000 vagas. Desse total, 2.634 foram na capital e 360 no ABC. Na Baixada Santista, região de Bauru e Presidente Prudente houve o corte de 355 vagas.


Colaborou Bruno Lima, da Reportagem Local

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