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Crise faz empresa de Eike suspender investimento em porto
DA SUCURSAL DO RIO
A crise nos mercados financeiros e o crédito escasso no
mundo levaram a LLX, uma das
empresas de Eike Batista, a
anunciar a suspensão dos investimentos no Porto Brasil,
terminal portuário localizado
no município de Peruíbe (SP).
A decisão da companhia foi
mal recebida pelo mercado. As
ações da empresa de logística
caíram 25,92% ontem e fecharam cotadas a R$ 1,20.
O presidente da LLX, Ricardo Antunes, afirmou que a empresa não pretende abandonar
o projeto e que a decisão não foi
motivada por problemas de caixa. Segundo a empresa, o caixa
consolidado é de R$ 380 milhões. "Todos estão cientes do
estado atual do mercado financeiro e da pouca disponibilidade de crédito. A empresa decidiu concentrar os seus esforços
nos dois projetos que já estão
estão sendo implementados",
disse em referência ao porto do
Açu e ao porto do Sudeste, com
início previsto para 2010 e
2011, respectivamente.
Segundo a empresa, a suspensão do projeto Porto Brasil
reduzirá em 50% a demanda de
investimento total da LLX, que
passará de US$ 3,9 bilhões para
US$ 2 bilhões, além de diminuir o fluxo de desembolsos da
companhia no curto prazo.
Os problemas no projeto do
Porto Brasil não começaram
com a crise nos mercados financeiros. A empresa enfrentou entraves com o terreno do
empreendimento, envolvido
em pendências jurídicas.
A LLX anunciou ontem que o
conselho de administração da
empresa terá reunião até o fim
do ano para aprovar emissão de
ações em volume necessário
para a construção do Porto do
Açu e do Porto do Sudeste.
Segundo Antunes, a empresa
"não dependerá do humor do
mercado" porque os controladores, Eike Batista e o Ontario
Teachers" Pension Plan já se
comprometeram com o aumento de capital. "Estamos
adotando uma atitude bastante
conservadora e prudente dada
a situação atual do mercado."
Antunes enfatizou que espera contar com recursos do
BNDES que representariam
cerca de 75% do investimento.
Recentemente o empresário
Eike Batista fez declarações
minimizando os efeitos da crise
sobre os papéis de suas empresas. Segundo a Economática,
desde a abertura de capital o
valor de mercado da LLX caiu
66,94% até a última quinta,
quando valia R$ 580 milhões.
O mesmo ocorreu com outras empresas do grupo. A
MMX, focada em mineração,
teve queda de 44,30% no mês
passado, e a MPX Energia acumulou recuo de 47,70%.
Segundo Antonio Bezerra,
analista da corretora Ativa, a
queda nas ações da LLX está relacionada ao receio de que ela já
esteja enfrentando dificuldades para captar recursos. Para o
analista, as empresas são penalizadas em razão da queda das
commodities. "São empresas
novas, voltadas para commodities como minério de ferro e petróleo, que são bastante afetadas pela perspectiva de menor
crescimento da economia
mundial", disse.
(JANAINA LAGE)
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