|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Indústria de máquinas aprova mudança
DA REPORTAGEM LOCAL
O setor de máquinas e equipamentos aprovou a decisão do governo de se antecipar à reforma
tributária e modificar de 3% para
7,6% a alíquota da Confins, mas
eliminando a cumulatividade.
Agora, a Abimaq (a associação
das empresas) vai se apegar a outra bandeira: a de que máquinas e
equipamentos importados também paguem PIS/Cofins.
""Era uma antiga reivindicação
[o fim da cumulatividade]. Desonera a produção e tende a diminuir o custo final do bem de capital", diz Luiz Carlos Delben Leite,
presidente da Abimaq.
De acordo com ele, um dos benefícios da legislação é o de permitir que o adquirente contabilize
o crédito de 7,6% da Cofins. ""Ou
seja, no final das contas, a máquina sairá para o comprador 7,6%
mais barata", argumenta Leite.
Mas, segundo o executivo, não
há sentido em o governo isentar
do PIS/Cofins os equipamentos
importados. ""Cria-se uma situação desleal de concorrência com
os bens de produção nacionais."
O presidente da Abimaq sustenta que a eventual isonomia tributária não significaria risco de perda de tecnologia. ""O setor já concorre com eles lá fora, investe
muito, mas aqui acontece de,
muitas vezes, o empresário ficar
com o importado porque essa distorção o torna mais barato."
O projeto de reforma tributária,
se aprovado, prevê que os bens
importados que não são insumos
(carros, por exemplo) também
devam pagar as chamadas contribuições sociais, como a Cofins.
Eduardo Zaidan, vice-presidente do Sinduscon-SP (Sindicato da
Indústria da Construção Civil de
São Paulo), afirma que, a despeito
da série de ressalvas previstas, dificilmente a medida provisória será ""neutra" para o setor.
""Mesmo com as ressalvas [situações de isenção], o texto tem
muitas nuances. E a construção
civil é um setor que, a depender
do regime de contrato, a carga tributária muda dramaticamente.'
De sua parte, a Fecomercio SP
divulgou nota na qual critica a elevação da alíquota para 7,6%. ""Entendemos a necessidade da elevação da alíquota com o fim da cumulatividade. Mas passar de 3%
para 7,6% significa aumento de
153,3%", afirma Abram Szajman,
presidente da entidade.
Para a Fecomercio, as mais prejudicadas serão as prestadoras de
serviços. Szajman argumenta que
essas empresas não se beneficiarão do crédito que o fim da cumulatividade permite, uma vez que a
maioria de suas despesas é com
mão-de-obra.
(JOSÉ ALAN DIAS)
Texto Anterior: Piva vê primeiro "aumento explícito" da carga tributária Próximo Texto: Opinião econômica: O risco de "desbrasileirar" Índice
|