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MERCADO FINANCEIRO
Bovespa tem alta de 2,97% e alcança 18.517 pontos, maior nível desde março de 2000; dólar cai a R$ 2,85
BC facilita compra de dólares pelo Tesouro
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela segunda vez neste ano, o
BC (Banco Central) facilitou o
acesso do governo à compra de
dólares no mercado à vista. Ontem, a autoridade monetária dobrou para 180 dias o prazo máximo que o Tesouro Nacional tem
para adquirir o estoque de moeda
norte-americana antes de cada
vencimento da dívida pública.
Na prática, isso significa que o
governo vai poder aproveitar essa
fase de dólar mais baixo-a cotação da moeda recuou ontem
0,56% para R$ 2,85-e fazer um
estoque para quitar seus compromissos no próximo ano.
A medida já era esperada pelo
mercado. Afinal, o consenso é que
esse período de real apreciado deverá ser interrompido a partir do
fim deste ano. O volume de amortizações de dívida pública e privada deve atingir US$ 40 bilhões em
2004, valor bem superior aos US$
27 bilhões deste ano.
Somente em abril de 2004, o
vencimento de dívida pública indexada ao câmbio será de US$ 5
bilhões -maior valor mensal do
ano. A medida do BC permitirá
que o Tesouro já comece a comprar dólares a fim de se preparar
para essa rolagem. A dúvida do
mercado é se essa nova mudança
-há pouco menos de dois meses,
o BC já havia aumentado o prazo
de 60 dias para 90 dias- pressionará finalmente o câmbio.
Depois de uma semana relativamente calma, a Bolsa de Valores
de São Paulo voltou a quebrar recordes. No pregão de ontem, o
Ibovespa subiu 2,97% para alcançar um novo patamar: 18.517 pontos. Esse é o maior nível em pontos atingido desde março de 2000.
Além da alta, o volume negociado melhorou: R$ 958 milhões foram girados no pregão. Apenas 4
das 54 ações que compõem o Ibovespa (índice de maior importância do mercado) recuaram.
Resultados positivos e sinais de
reaquecimento da indústria paulista -que cresceu 6% em setembro em relação ao mês anterior-
têm renovado o gás do mercado
acionário. Se as empresas vão
bem, as possibilidades de lucrar
com suas ações aumenta.
Os papéis das empresas de energia elétrica lideraram as altas. As
ações preferencias da Cemig estiveram entre as seis mais negociadas do pregão e subiram 3,57%. A
empresa apresentou lucro de R$
277,7 milhões no terceiro trimestre do ano. No mesmo período no
ano passado, a Cemig registrou
prejuízo de R$ 256,1 milhões.
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