São Paulo, quinta-feira, 04 de novembro de 2004

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INVESTIMENTOS

Valor atinge recorde no Brasil; saldo na AL é positivo no ano

Patrimônio de fundos chega a US$ 207 bi no 3º trimestre

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A entrada de recursos nos fundos de investimento do Brasil em setembro fez com que o patrimônio administrado pelas instituições financeiras no país atingisse patamar recorde ao final do terceiro trimestre: US$ 206,58 bilhões. Somente em setembro, a captação registrada pelos fundos de investimento ficou em US$ 1,46 bilhão.
O saldo dos países latino-americanos também é positivo no ano.
Estudo que engloba Brasil, México, Chile Argentina e Peru, apresentado pela consultoria Thomson Financial, mostra que a região chegou ao fim dos primeiros nove meses do ano com captação líquida anual -diferença entre o que é aplicado e o que é resgatado- positiva em US$ 6,57 bilhões. O Brasil responde por 81% do patrimônio total administrado pelos principais mercados latino-americanos.
Dos cinco países avaliados, México e Peru estão com captação negativa neste ano, de US$ 98,1 milhões e US$ 360,3 milhões, respectivamente.
Para Guillermo Mazzoni, diretor do departamento de análise da Thomson Financial no Brasil, os investidores mostraram preferência pelos fundos de renda mista -como os fundos multimercados, que carregam tanto títulos públicos e privados que pagam juros como ações.
"Parte desse montante foi transferida dos fundos de renda fixa", explica Mazzoni. Ou seja, a opção do investidor no período foi por correr um pouco mais de risco para tentar lucrar mais.
Apesar do dólar em níveis baixos, os fundos cambiais tiveram captação positiva em setembro. A captação do segmento foi de US$ 133,2 milhões.
Isso mesmo com o dólar não dando sinais de que irá disparar no curto prazo. Em 2004, a moeda norte-americana tem baixa acumulada de 2,5% diante do real.

Saídas
Já o balanço de outubro não é muito animador. Até o dia 28, os dados da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento) mostram que os fundos brasileiros registraram saída líquida de R$ 1,55 bilhão.
Quem mais perdeu dinheiro no período foram os fundos de renda fixa, que tiveram captação negativa de R$ 1,77 bilhão. Essa saída se deveu em grande parte ao aumento da taxa básica de juros acima do esperado no mês passado, que prejudicou o desempenho dos fundos de renda fixa prefixados.
O BC subiu a Selic em 0,50 ponto percentual (para 16,75% ao ano) em outubro, enquanto a maioria do mercado esperava que a elevação fosse de 0,25 ponto.
Com isso, houve fundos de renda fixa, que carregam títulos com taxa de juros definida no ato da compra, que chegaram a registrar rentabilidade negativa nos primeiros dias após a decisão do BC.


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