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INVESTIMENTOS
Valor atinge recorde no Brasil; saldo na AL é positivo no ano
Patrimônio de fundos chega
a US$ 207 bi no 3º trimestre
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A entrada de recursos nos fundos de investimento do Brasil em
setembro fez com que o patrimônio administrado pelas instituições financeiras no país atingisse
patamar recorde ao final do terceiro trimestre: US$ 206,58 bilhões. Somente em setembro, a
captação registrada pelos fundos
de investimento ficou em US$
1,46 bilhão.
O saldo dos países latino-americanos também é positivo no ano.
Estudo que engloba Brasil, México, Chile Argentina e Peru,
apresentado pela consultoria
Thomson Financial, mostra que a
região chegou ao fim dos primeiros nove meses do ano com captação líquida anual -diferença entre o que é aplicado e o que é resgatado- positiva em US$ 6,57 bilhões. O Brasil responde por 81%
do patrimônio total administrado
pelos principais mercados latino-americanos.
Dos cinco países avaliados, México e Peru estão com captação
negativa neste ano, de US$ 98,1
milhões e US$ 360,3 milhões, respectivamente.
Para Guillermo Mazzoni, diretor do departamento de análise da
Thomson Financial no Brasil, os
investidores mostraram preferência pelos fundos de renda mista
-como os fundos multimercados, que carregam tanto títulos
públicos e privados que pagam
juros como ações.
"Parte desse montante foi transferida dos fundos de renda fixa",
explica Mazzoni. Ou seja, a opção
do investidor no período foi por
correr um pouco mais de risco
para tentar lucrar mais.
Apesar do dólar em níveis baixos, os fundos cambiais tiveram
captação positiva em setembro. A
captação do segmento foi de US$
133,2 milhões.
Isso mesmo com o dólar não
dando sinais de que irá disparar
no curto prazo. Em 2004, a moeda
norte-americana tem baixa acumulada de 2,5% diante do real.
Saídas
Já o balanço de outubro não é
muito animador. Até o dia 28, os
dados da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento) mostram que os fundos brasileiros registraram saída líquida de
R$ 1,55 bilhão.
Quem mais perdeu dinheiro no
período foram os fundos de renda
fixa, que tiveram captação negativa de R$ 1,77 bilhão. Essa saída se
deveu em grande parte ao aumento da taxa básica de juros acima
do esperado no mês passado, que
prejudicou o desempenho dos
fundos de renda fixa prefixados.
O BC subiu a Selic em 0,50 ponto percentual (para 16,75% ao
ano) em outubro, enquanto a
maioria do mercado esperava que
a elevação fosse de 0,25 ponto.
Com isso, houve fundos de renda fixa, que carregam títulos com
taxa de juros definida no ato da
compra, que chegaram a registrar
rentabilidade negativa nos primeiros dias após a decisão do BC.
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