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repercussão
Brasil deve rever leis após fusão, diz ex-BC
DA SUCURSAL DO RIO
Desencadeada pela crise
global, a fusão de Itaú e
Unibanco traz à tona a necessidade de rever a legislação bancária do país e incluir a possibilidade de estatização de bancos privados, afirma Carlos Eduardo de Freitas, ex-diretor
do Banco Central.
Para ele, os bancos viraram braços do Estado, como concessionárias públicas, e não podem ter risco
de falência. "Uma empresa
pode quebrar. Um banco,
não. Se uma instituição de
porte quebra, o país também quebra." Freitas diz
que o saldo da fusão é positivo. De um lado, perde-se
em concorrência e competição. De outro, ganha-se
em segurança e confiabilidade no sistema financeiro. "Criou-se uma instituição mais sólida."
Para o analista Nataniel
dos Santos, do BB Investimentos, o negócio contou
com anuência e estímulo
do BC. Um sinal disso, diz,
é a autorização dada pelo
governo de bancos maiores comprarem carteiras
de crédito de menores.
Rogério Sobreira, professor da FGV, avalia que a
fusão foi apressada pela
crise, mas não ocorreu por
problemas de solvência
das duas instituições -a
exemplo de recentes transações na Europa e EUA.
O especialista diz, porém, que maior concentração não significa menor
competição no setor. Ele
diz que Bradesco e Santander vão buscar ganhar
mercado com aquisições
ou redução de tarifas e novos serviços. Essa corrida,
segundo ele, permitirá um
nível maior de concorrência.
(PEDRO SOARES)
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