São Paulo, terça-feira, 04 de novembro de 2008

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MEGAFUSÃO / CONCORRÊNCIA

Bradesco deve ir às compras de olho no topo, diz analista

Esse seria o caminho para o banco voltar a ser a maior instituição privada do país

O problema é que, agora, poucas instituições teriam porte para elevar posição do Bradesco no ranking; elas negam estar à venda


FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Bradesco se afastou da liderança do ranking dos maiores bancos privados do país, após a anunciada fusão do Itaú com o Unibanco. Agora, avaliam analistas, o caminho para o Bradesco será o de buscar novas aquisições para se reaproximar do topo. O problema é que poucas instituições financeiras teriam porte suficiente para elevar consideravelmente o Bradesco no ranking -e negam que estejam para ser vendidas.
Na avaliação do Bradesco, a fusão "amplia a disputa no já competitivo mercado financeiro brasileiro".
"Para o Bradesco e seus clientes, nada muda. A concorrência e a superação de desafios são elementos presentes na história empresarial de sucesso do Bradesco desde sua fundação, em 1943", afirmou o banco em nota.
"A base de nossa estratégia permanece a mesma: oferecer um padrão de alta qualidade e eficiência administrativa aos nossos 37,1 milhões de clientes, por meio de uma rede de 30.671 pontos de atendimento, com presença em todos os municípios brasileiros, e a permanente busca de evolução dos nossos fundamentos em favor dos acionistas", afirmou a instituição.
Enquanto o Bradesco contava com ativos totais de R$ 422,7 bilhões no final do terceiro trimestre, a instituição criada após a fusão de Itaú e Unibanco passa a ter ativos de R$ 575,1 bilhões. Antes da fusão, o Itaú registrava ativos de R$ 396,6 bilhões, e o Unibanco, de R$ 178,5 bilhões (dados do 3º trimestre).
"O Bradesco tem uma série de opções para olhar e não podemos esquecer do setor segurador, que tem sido relevante para a instituição. O banco vem de um processo de integração, digerindo as instituições que adquiriu nos últimos tempos, e mostra estar com o caixa fortalecido para buscar novas aquisições", diz Luis Miguel Santacreu, analista de bancos da Austin Rating.
Apesar de nenhuma operação ter sido anunciada até o momento, o governo baixou no mês passado uma medida provisória pela qual liberou os bancos públicos para comprar participações em outras instituições financeiras ou empresas.
Com isso, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal também podem crescer ainda mais, em breve. Uma operação que, espera-se, seja anunciada ainda neste ano é a aquisição da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil.
Para Jordão Resende, analista financeiro do Inepad (Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração), "o Bradesco sempre teve uma estratégia de crescimento, voltado à liderança do mercado".
"Dessa forma, não me surpreende se, em breve, tivermos o banco anunciando a aquisição de alguma instituição financeira de médio ou pequeno porte", afirma.
Entre os maiores negócios fechados pelo Bradesco do ano passado para cá, aparecem a aquisição das operações da Amex e as compras do banco BMC e da corretora Ágora.


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