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MEGAFUSÃO / PATRIMÔNIO
Marcas devem conviver
por ao menos 1 ano
Para especialistas, nome Unibanco tende a desaparecer, mas outros pertencentes ao grupo, como o da financeira Fininvest, devem seguir
De acordo com consultores, fusão anunciada ontem poderá dobrar o valor de marca do Itaú, hoje estimado em R$ 10,5 bi
JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL
Consultores que gerenciam a
imagem das empresas dizem
que a marca Itaú deverá conviver com a do Unibanco por pelo
menos um ano após a fusão.
Um desses especialistas, envolvido com o Itaú, revela que a
preocupação é não cometer os
erros de bancos que, ao incorporarem instituições e desaparecerem com suas marcas no
passado, perderam clientes.
Para os analistas consultados
pela Folha, isso ocorreu com o
Bradesco. Ao comprar o BCN, a
instituição perdeu clientes de
alto poder aquisitivo que não se
identificaram com o Bradesco.
O próprio Itaú passou por essa
experiência ao adquirir, em
2006, o BankBoston.
Segundo o presidente do
Itaú, Roberto Setubal, o conglomerado formado pela fusão
com o Unibanco fará pesquisas
de marca para traçar a estratégia futura. Na análise de Júlio
Moreira, especialista da Top
Brands, a Fininvest, financeira
do Unibanco, tem mais valor de
marca que a Taií, do Itaú. "Nesse caso, seria melhor manter a
Fininvest", afirma Moreira.
Apesar disso, ele considera
que a marca Unibanco tende a
desaparecer. Com ele concorda
José Roberto Martins, analista
da Global Brandings. "A consistência da marca Unibanco é inferior à Itaú", diz Martins.
Ele estima que o Itaú deverá
ver o valor de sua marca dobrar
com a fusão. Segundo a consultoria Interbrand, o Itaú já é a
marca mais valiosa (R$ 10,5 bilhões) do Brasil, à frente do
Bradesco (R$ 9,2 bilhões) e do
Banco do Brasil (R$ 7,8 bilhões). O Unibanco aparece em
nono lugar, com R$ 4,7 bilhões.
"É evidente que o Bradesco
não teve queda de valor de
marca, mas terá de se esforçar
mais para fazê-la crescer", diz
Martins. "Acredito que, a partir
de agora, ele deve se preocupar
com o Santander, que deu uma
tacada certeira ao comprar o
Banespa, há oito anos, marcando presença no mercado para
brigar pela segunda posição entre os bancos privados. Em termos de marca, o Santander obteve melhor resultado."
Para Martins, o Bradesco,
que antes se valia de seu crescimento orgânico (número de
agências e clientes, por exemplo), terá de se reinventar diante do "gigantismo" do novo
conglomerado.
"A oportunidade de negócios
que eles [Itaú e Unibanco] poderão gerar a partir de agora é
enorme", diz Celso Grisi, presidente do Instituto de Pesquisas
Fractal , especializado em pesquisas para instituições financeiras. Para ele, é isso o que eleva o valor da marca.
"A fusão cria um banco que já
atende todo o Mercosul [o Unibanco é dono do Interbanco,
no Paraguai], gerando novas
oportunidades de negócios em
toda a América Latina." Grisi
diz acreditar que o Bradesco
deverá responder à altura. Ontem, Eduardo Tomiya, da
BrandAnalytics, já se reunia
com a cúpula do banco em busca de novas diretrizes.
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