São Paulo, quarta-feira, 04 de dezembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

AVIAÇÃO

Empresa ocupa espaços que poderiam ser locados

Transbrasil, há um ano sem voar, ainda gera prejuízo ao governo

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Mesmo sem voar há um ano, a Transbrasil dá um prejuízo mensal de R$ 4 milhões aos cofres públicos. Esse é o valor que a estatal Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) deixa de arrecadar com o aluguel de espaços ainda mantidos pela empresa em alguns aeroportos.
O DAC (Departamento de Aviação Civil) prepara um estudo que deve recomendar ao Ministério da Defesa a suspensão da concessão da Transbrasil. Caso a sugestão seja aceita, será decretada a caducidade da companhia, o que a impediria de voltar a voar.
A Transbrasil deixou de decolar no dia 4 de dezembro de 2001 por não ter, na época, dinheiro para abastecer as aeronaves.
Desde então, a Infraero tenta retomar balcões de atendimento e hangares nos principais aeroportos do país, que poderiam ser locados a outras empresas. A Transbrasil obteve na Justiça, no início do ano, uma liminar que lhe garante o uso dos espaços.
A Transbrasil deve R$ 139 milhões à Infraero. Com a BR Distribuidora, o débito é de R$ 12,7 milhões. A dívida total é de R$ 1,1 bilhão, segundo a própria empresa.
Segundo o porta-voz da Transbrasil, Carlos Badra, a empresa pretende voltar a voar e trabalha num plano de reestruturação a ser apresentado ao DAC, mas não há data para que isso ocorra.
Mesmo se tivesse condições de voar, a Transbrasil estaria impedida pelo DAC. No começo do ano, ela perdeu o certificado de homologação dado pelo órgão. O documento atesta que uma empresa tem condições de voar e que está com a manutenção em dia.
Em relação à retomada de hangares, Barda afirmou que são patrimônio da companhia e que não devem ser entregues à Infraero.
A empresa deixou cerca de 1.200 funcionários sem receber. Brada disse que as dívidas trabalhistas que são executadas na Justiça têm sido pagas com parte dos ativos.


Texto Anterior: Dívidas e nota do JP Morgan elevam dólar
Próximo Texto: Finanças: Após oito meses, fundos voltam ao azul
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.