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FINANÇAS
Captação dos fundos de investimento em novembro ficou positiva em R$ 662 milhões; perda no ano ainda é de R$ 59 bilhões
Após oito meses, fundos voltam ao azul
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A captação dos fundos de investimentos voltou ao azul. Novembro foi o melhor mês desde janeiro para os fundos, que fecharam
com captação líquida positiva de
R$ 662 milhões.
Os saques haviam superado as
aplicações por oito meses seguidos. Mas apesar dos números positivos do mês passado, o resultado acumulado no ano ainda é bastante desalentador: a diferença
entre aplicações e resgates está negativa em mais de R$ 59 bilhões
no ano.
O resultado geral positivo dos
fundos em novembro não se reflete em todas as categorias. Os
fundos cambiais, de ações e DI tiveram sangria de recursos importante no mês, como mostram dados do Fortuna.
Como o excepcional desempenho da Bolsa de Valores de São
Paulo em outubro -quando subiu 18%- não teve continuidade
no mês passado, investidores de
última hora preferiram abandonar o mercado acionário, avaliam
analistas. Os saques dos fundos de
ações superaram as aplicações em
R$ 41,7 milhões, pior resultado
desde junho. Nos fundos cambiais a sangria foi ainda mais forte. A captação líquida (diferença
entre saques e aplicações) no segmento ficou negativa em R$ 498
milhões, quase 10% do patrimônio da categoria.
Já o ritmo de saída de recursos
dos fundos DI diminuiu consideravelmente em comparação a meses anteriores. Em novembro, a
captação líquida desses fundos ficou negativa em R$ 1,5 bilhão. Em
junho, por exemplo, quando o
mercado foi sacudido pela marcação a mercado, imposta no fim de
maio, os resgates dos fundos DI
superaram as aplicações em quase R$ 15 bilhões.
"Os saques dos fundos DI devem se estabilizar daqui para
frente. Os investidores já dão sinais de que assimilaram o trauma
da marcação a mercado", afirma
o gestor de renda fixa da Santos
Asset Management, Alexandre
Graever.
Os fundos de renda fixa e os
multimercados foram os que
mais colaboraram para o melhor
desempenho geral. As duas categorias deram rentabilidade em
torno de 2% no mês.
A captação dos renda fixa ficou
positiva em R$ 1,1 bilhão no mês,
ajudada pelo maior interesse dos
investidores nos fundos atrelados
ao IGP-M, que são enquadrados
nessa categoria.
Nos multimercados -que recebem esse nome porque geralmente podem investir em qualquer tipo de aplicação-, as captações
superaram os resgates em R$ 513
milhões. "Esse tipo de investimento está ganhando força mês a
mês. Os investidores, aos poucos,
estão se mostrando mais dispostos a arriscar", diz Graever.
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