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Bolsas celebram altas ao redor do mundo
Para analistas, mercado não vive processo de "bolha", mas dúvidas em relação ao futuro dos juros nos EUA preocupam
México, Argentina e Brasil registraram picos históricos; índices europeus e Dow Jones alcançaram maiores níveis do último qüinqüênio
Chip East - 16.nov.2006/Reuters
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Operadores da Bolsa de NY um dia após quebra de recorde |
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Este tem sido um ano animador para as Bolsas de Valores.
Brasil, México e Argentina
nunca viram suas Bolsas em níveis tão elevados. E nos países
mais desenvolvidos, o índice
Dow Jones, da Bolsa de Nova
York, e os mercados europeus
têm atingido os melhores níveis em cinco anos.
Analistas avaliam que o crescimento global vivenciado hoje
é favorável às empresas e às
suas ações. Não há, por enquanto, a impressão de que o
mercado de ações viva um processo de "bolha", que possa se
romper a qualquer momento.
A Bolsa do México é um dos
destaques de 2006: bateu mais
de 50 vezes seu recorde histórico de pontuação. No fim de novembro, seu principal índice
marcava valorização anual de
39,84%. O índice Merval, de
Buenos Aires, também está em
seu pico histórico, com alta
anual de 27,45%.
A Bovespa não fica muito
atrás. Registrou pontuação recorde no último dia 23 (42.069
pontos) e tem valorização
anual acumulada de 25,33%.
O Dow Jones, principal índice da Bolsa de Nova York, atingiu seu recorde de pontuação
há poucas semanas. "As Bolsas
estavam represadas. Acho difícil falar em um teto para elas,
pois a economia mundial vive
uma boa fase, o comércio global
está cada vez mais forte", afirma Jacopo Valentino, diretor
de renda variável do BNP Paribas Asset Management.
"Mas é claro que há ainda
preocupações com a economia
norte-americana", diz.
Futuro incerto
Dúvidas em relação ao futuro
dos juros nos EUA já mostraram o poder de seu estrago, afetando negativamente as Bolsas,
como entre maio e junho.
Na última sexta-feira, por
exemplo, as Bolsas caíram com
resultados negativos na economia dos EUA (em manufaturas
e construção civil). Isso mostra
que, se os resultados da maior
economia do mundo começarem a desagradar, os mercados
acionários terão maior dificuldade para se manter em alta.
O administrador de investimentos Fabio Colombo diz que
"em novembro, até a terceira
semana, as Bolsas repetiram o
excelente desempenho dos
mercados em outubro". Mas
que, no fim do mês, "dados contraditórios sobre o crescimento
americano e chinês, além de
perspectivas de alta dos juros
na Europa e no Japão," voltaram a preocupar os mercados.
"O mercado global continuará ao sabor desses indicadores,
com a continuidade do sobe-e-desce, e provavelmente sem
uma definição clara de direção", avalia Colombo.
Apesar de o resultado da economia brasileira no terceiro
trimestre ter decepcionado,
com o PIB crescendo apenas
0,5%, a Bovespa tem subido nos
últimos meses: 6,8% de alta, em
novembro, e 7,7%, em outubro.
"A Bovespa acaba indo no vácuo do crescimento mundial",
diz Valentino. Pesa o fato de
cerca de 35% das operações
realizadas na Bolsa paulista estarem nas mãos de investidores
estrangeiros.
Na avaliação de Colombo,
dentre as Bolsas com maior potencial de retorno futuro aparecem as do Japão, França, Inglaterra, Chile e Hong Kong.
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