São Paulo, segunda-feira, 04 de dezembro de 2006

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Bolsas celebram altas ao redor do mundo

Para analistas, mercado não vive processo de "bolha", mas dúvidas em relação ao futuro dos juros nos EUA preocupam

México, Argentina e Brasil registraram picos históricos; índices europeus e Dow Jones alcançaram maiores níveis do último qüinqüênio

Chip East - 16.nov.2006/Reuters
Operadores da Bolsa de NY um dia após quebra de recorde


FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Este tem sido um ano animador para as Bolsas de Valores. Brasil, México e Argentina nunca viram suas Bolsas em níveis tão elevados. E nos países mais desenvolvidos, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, e os mercados europeus têm atingido os melhores níveis em cinco anos.
Analistas avaliam que o crescimento global vivenciado hoje é favorável às empresas e às suas ações. Não há, por enquanto, a impressão de que o mercado de ações viva um processo de "bolha", que possa se romper a qualquer momento.
A Bolsa do México é um dos destaques de 2006: bateu mais de 50 vezes seu recorde histórico de pontuação. No fim de novembro, seu principal índice marcava valorização anual de 39,84%. O índice Merval, de Buenos Aires, também está em seu pico histórico, com alta anual de 27,45%.
A Bovespa não fica muito atrás. Registrou pontuação recorde no último dia 23 (42.069 pontos) e tem valorização anual acumulada de 25,33%.
O Dow Jones, principal índice da Bolsa de Nova York, atingiu seu recorde de pontuação há poucas semanas. "As Bolsas estavam represadas. Acho difícil falar em um teto para elas, pois a economia mundial vive uma boa fase, o comércio global está cada vez mais forte", afirma Jacopo Valentino, diretor de renda variável do BNP Paribas Asset Management.
"Mas é claro que há ainda preocupações com a economia norte-americana", diz.

Futuro incerto
Dúvidas em relação ao futuro dos juros nos EUA já mostraram o poder de seu estrago, afetando negativamente as Bolsas, como entre maio e junho.
Na última sexta-feira, por exemplo, as Bolsas caíram com resultados negativos na economia dos EUA (em manufaturas e construção civil). Isso mostra que, se os resultados da maior economia do mundo começarem a desagradar, os mercados acionários terão maior dificuldade para se manter em alta.
O administrador de investimentos Fabio Colombo diz que "em novembro, até a terceira semana, as Bolsas repetiram o excelente desempenho dos mercados em outubro". Mas que, no fim do mês, "dados contraditórios sobre o crescimento americano e chinês, além de perspectivas de alta dos juros na Europa e no Japão," voltaram a preocupar os mercados.
"O mercado global continuará ao sabor desses indicadores, com a continuidade do sobe-e-desce, e provavelmente sem uma definição clara de direção", avalia Colombo.
Apesar de o resultado da economia brasileira no terceiro trimestre ter decepcionado, com o PIB crescendo apenas 0,5%, a Bovespa tem subido nos últimos meses: 6,8% de alta, em novembro, e 7,7%, em outubro.
"A Bovespa acaba indo no vácuo do crescimento mundial", diz Valentino. Pesa o fato de cerca de 35% das operações realizadas na Bolsa paulista estarem nas mãos de investidores estrangeiros.
Na avaliação de Colombo, dentre as Bolsas com maior potencial de retorno futuro aparecem as do Japão, França, Inglaterra, Chile e Hong Kong.


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