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Crise encerra "crescimento chinês" na construção
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com a crise financeira global,
o ciclo de "crescimento chinês"
da indústria da construção civil
chega ao fim. No ano que vem, o
setor prevê expansão de 4,7%
no cenário mais otimista, menos da metade do crescimento
estimado para este ano (10%),
de acordo com o Sinduscon-SP
(sindicato da construção).
Em razão da piora no ambiente econômico a partir de
setembro, as construtoras já revisaram suas projeções de lançamentos para este ano, o que
impactará os resultados da indústria em 2009 no segmento
imobiliário. A Cyrela, por
exemplo, previa lançar R$ 7 bilhões em empreendimentos
neste ano, mas rebaixou a cifra
para algo entre R$ 5,25 bilhões
e R$ 5,6 bilhões.
Como os projetos são de longa maturação -geralmente entre 12 e 36 meses-, essa freada
das companhias só será sentida
a médio prazo, uma vez que as
obras em andamento não devem sofrer paralisação, segundo o sindicato. Com isso, o crescimento de 10% do setor neste
ano já está garantido.
Apesar da diminuição do ritmo, o presidente do Sinduscon,
Sergio Watanabe, considera
"saudável" o crescimento de
4,7% em 2009. "O ritmo com
que estávamos seguindo impunha dificuldades em relação a
materiais e mão-de-obra qualificada ", afirma.
Entre janeiro e novembro, os
custos da construção subiram
15,68% -só o vergalhão de aço,
um dos principais insumos
usados pela indústria, registrou
variação de 46,62%.
"O setor teve um ônus de
crescimento, tanto do lado de
pessoal qualificado como do lado de aumento de custos. Estamos enfrentando uma crise no
momento, mas, mesmo que isso não estivesse no panorama,
o setor não poderia sustentar
expansão de 10%", afirma a
economista da FGV Projetos,
Ana Maria Castelo.
(PAULO DE ARAUJO)
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