São Paulo, quinta-feira, 04 de dezembro de 2008

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Crise encerra "crescimento chinês" na construção

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Com a crise financeira global, o ciclo de "crescimento chinês" da indústria da construção civil chega ao fim. No ano que vem, o setor prevê expansão de 4,7% no cenário mais otimista, menos da metade do crescimento estimado para este ano (10%), de acordo com o Sinduscon-SP (sindicato da construção).
Em razão da piora no ambiente econômico a partir de setembro, as construtoras já revisaram suas projeções de lançamentos para este ano, o que impactará os resultados da indústria em 2009 no segmento imobiliário. A Cyrela, por exemplo, previa lançar R$ 7 bilhões em empreendimentos neste ano, mas rebaixou a cifra para algo entre R$ 5,25 bilhões e R$ 5,6 bilhões.
Como os projetos são de longa maturação -geralmente entre 12 e 36 meses-, essa freada das companhias só será sentida a médio prazo, uma vez que as obras em andamento não devem sofrer paralisação, segundo o sindicato. Com isso, o crescimento de 10% do setor neste ano já está garantido.
Apesar da diminuição do ritmo, o presidente do Sinduscon, Sergio Watanabe, considera "saudável" o crescimento de 4,7% em 2009. "O ritmo com que estávamos seguindo impunha dificuldades em relação a materiais e mão-de-obra qualificada ", afirma.
Entre janeiro e novembro, os custos da construção subiram 15,68% -só o vergalhão de aço, um dos principais insumos usados pela indústria, registrou variação de 46,62%.
"O setor teve um ônus de crescimento, tanto do lado de pessoal qualificado como do lado de aumento de custos. Estamos enfrentando uma crise no momento, mas, mesmo que isso não estivesse no panorama, o setor não poderia sustentar expansão de 10%", afirma a economista da FGV Projetos, Ana Maria Castelo.
(PAULO DE ARAUJO)


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