Ações são "investimento" e não darão direito a voto

DA REPORTAGEM LOCAL

A Aracruz informou ontem que o banco britânico Barclays e suas subsidiárias que também operam na área financeira adquiriram o equivalente a 5,14% de suas ações sem direito a voto. O percentual foi atingido no dia 26 de novembro.
Segundo o comunicado, o objetivo do banco é realizar investimentos, e não tomar o controle acionário ou alterar a estrutura administrativa da fabricante de celulose. A Aracruz informa ainda que não tem debêntures (dívidas) que possam ser convertidas em ações com o Barclays, tampouco existem quaisquer acordos ou contratos regulando o exercício do direito de voto ou a compra e venda de valores mobiliários envolvendo as duas companhias.
A Aracruz vem enfrentando dificuldades desde que anunciou perdas com operações financeiras atreladas ao dólar, os derivativos cambiais, no valor de US$ 2,1 bilhões, em setembro. A empresa previa chegar a um acordo com os bancos credores até o fim de novembro, porém, no início da semana, postergou a data de um possível acordo para 11 de dezembro.
Mesmo se a companhia chegar a um bom termo com os bancos credores, analistas de mercado já prevêem que ela terá de vender parte de seus ativos para continuar operando.
Ontem, as ações da Aracruz com direito a voto caíram 7,83%, enquanto o Ibovespa, que mostra as ações mais negociadas na Bolsa, subiu 0,85%. Desde o anúncio do prejuízo com derivativos, no início de outubro, as ações com direito a voto da Aracruz já perderam quase 60% de seu valor. As sem direito a voto caíram 73,4%.
(CRISTIANE BARBIERI)


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