São Paulo, #!L#Sábado, 05 de Fevereiro de 2000


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Fraga quer real como moeda-base de bloco

da Agência Folha, em Porto Alegre

O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, disse ontem que o real deverá servir de base para uma moeda comum do Mercosul, descartando a dolarização da economia do bloco.
"É possível pensar em algum tipo de integração que teria como base o real", disse. Acrescentou que a dolarização "não faz sentido" para o Brasil, um "país que tem uma pauta diversificada de comércio".
Em entrevista por telefone à rádio "Gaúcha", de Porto Alegre, Fraga disse que a consolidação do real é um "grande desafio". "É também uma questão de orgulho nosso".
Para o presidente do Banco Central, o processo de integração tem de passar "por uma moeda da região". A política da Argentina, de atrelamento da taxa de câmbio ao dólar, não é adequada para o Brasil, afirmou
"Analisando essa situação, está muito claro que nós é que temos de trabalhar para ser a âncora, a base de uma nova moeda, no futuro", disse. Fraga afirmou que o Brasil superou "os piores momentos" da crise cambial, que "assustou", além dos brasileiros, argentinos, uruguaios e paraguaios, no ano passado.
Segundo ele, apesar de os sistemas cambiais serem diferentes, o fortalecimento da economia brasileira ajudará os parceiros do Mercosul. "A economia argentina começa a mostrar sinais de recuperação, o que é bom para nós. E e nós, mostrando mais força, vamos ajudá-los."

Banespa
Armínio Fraga disse não concordar com restrições a estrangeiros na disputa pelo Banespa. "Precisamos de um sistema financeiro bem capitalizado, forte, competitivo. Nossa preocupação é com a proteção do consumidor, com a redução do custo de capital para nossas empresas".
Para Fraga, o comprador deverá ter capital, qualificação e boa reputação. "Não vejo nenhuma razão lógica (para restringir a participação de estrangeiros). Temos de vender para quem tiver disposto a pagar mais. É um processo de amadurecimento, pois existem muitos aspectos emocionais nessa questão".


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