|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Temor com cartões derruba Bolsa de NY
Banco rebaixa notas de operadoras de cartões de crédito pela expectativa de que "recessão moderada" atinja consumo
Após encerrar a última
semana com ganho, índice
Dow Jones recua 0,85%
ontem; Nasdaq tem queda
de 1,26%, mas Yahoo! sobe
DA REDAÇÃO
Depois de encerrar a semana
passada com ganhos de 4,4%, o
indíce Dow Jones, o principal
da Bolsa de Nova York, registrou queda ontem. As preocupações com operadoras de cartões de crédito e instituições financeiras fizeram o Dow Jones
cair 0,85%. O S&P 500 retrocedeu 1,05%. No Brasil, a Bovespa
não operou devido ao feriado
de Carnaval.
Apesar da valorização na última semana, o índice Dow Jones ainda assim teve perdas de
4,63% no mês passado, em que
o Fed (o BC dos Estados Unidos) cortou a taxa de juros duas
vezes -a última redução ocorreu na quinta-feira.
O banco UBS rebaixou a nota
da American Express e de duas
outras operadoras de cartão de
crédito, o que colaborou para o
dia ruim nos mercados.
Segundo a instituição, a queda na classificação das ações
dessas empresas se deve a expectativas "de uma recessão
moderada liderada pelo consumidor e pela probabilidade de
aumento no desemprego -o
principal responsável pelos
prejuízos nesta indústria". As
ações da American Express registraram queda de 3,91%.
Na última sexta-feira, o governo dos Estados Unidos divulgou que o mercado de trabalho americano eliminou 17 mil
vagas no mês passado -o primeiro resultado negativo desde
agosto de 2003-, o que elevou
ainda mais os temores de recessão na principal economia
mundial.
Nem o índice que registra o
pedido das fábricas americanas, que cresceu 2,3% em dezembro -a melhor variação em
seis meses e 0,6 ponto percentual superior à de novembro-,
ajudou a diminuir os temores
de recessão.
O setor financeiro foi outro
que teve um dia ruim ontem. O
Merrill Lynch rebaixou as notas de Wells Fargo e Wachovia,
dois dos maiores bancos dos
Estados Unidos. As ações do
primeiro se desvalorizaram em
6,72%, e as do segundo, em
8,33%. As do JP Morgan retrocederam 4,21%.
As ações dos bancos têm sofrido constantes desvalorizações devido aos temores de recessão e às perdas bilionárias
em apostas em títulos lastreados em hipotecas de alto risco
("subprime"). Instituições como Merrill Lynch e Citigroup
tiveram perdas de quase US$ 10
bilhões no quarto trimestre do
ano passado.
O dia também foi negativo
para o mercado de tecnologia.
A Bolsa Nasdaq, que reúne as
principais empresas do setor,
caiu 1,26%. Os papéis do Yahoo!, alvo de oferta da Microsoft, subiram 3,35% -na última sexta, após o anúncio da proposta, eles se valorizaram
em 47,97%. Já os de Microsoft e
Google tiveram queda de 0,85%
e 3,97%, respectivamente.
Na Europa, os mercados tiveram um dia volátil. Londres
caiu 0,05%, e Paris, 0,09%. A
Bolsa de Frankfurt teve alta de
0,46%. Com a Bolsa mexicana
também não funcionando devido a um feriado local, o principal mercado latino-americano
que operou ontem foi o argentino, onde o Merval subiu 1,93%.
Os principais mercados asiáticos tiveram uma dia de altas
expressivas, resultado ainda da
valorização na última sexta-feira nos EUA e na Europa. O índice Nikkei, do Japão, cresceu
2,69%. Na China, Xangai teve
alta de 8,13%, com autoridades
reduzindo o impacto econômico do rigoroso inverno.
Texto Anterior: Benjamin Steinbruch: Novela da carne Próximo Texto: Vale afasta banco de negociação, diz jornal Índice
|