São Paulo, terça-feira, 05 de fevereiro de 2008

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Temor com cartões derruba Bolsa de NY

Banco rebaixa notas de operadoras de cartões de crédito pela expectativa de que "recessão moderada" atinja consumo

Após encerrar a última semana com ganho, índice Dow Jones recua 0,85% ontem; Nasdaq tem queda de 1,26%, mas Yahoo! sobe

DA REDAÇÃO

Depois de encerrar a semana passada com ganhos de 4,4%, o indíce Dow Jones, o principal da Bolsa de Nova York, registrou queda ontem. As preocupações com operadoras de cartões de crédito e instituições financeiras fizeram o Dow Jones cair 0,85%. O S&P 500 retrocedeu 1,05%. No Brasil, a Bovespa não operou devido ao feriado de Carnaval.
Apesar da valorização na última semana, o índice Dow Jones ainda assim teve perdas de 4,63% no mês passado, em que o Fed (o BC dos Estados Unidos) cortou a taxa de juros duas vezes -a última redução ocorreu na quinta-feira.
O banco UBS rebaixou a nota da American Express e de duas outras operadoras de cartão de crédito, o que colaborou para o dia ruim nos mercados.
Segundo a instituição, a queda na classificação das ações dessas empresas se deve a expectativas "de uma recessão moderada liderada pelo consumidor e pela probabilidade de aumento no desemprego -o principal responsável pelos prejuízos nesta indústria". As ações da American Express registraram queda de 3,91%.
Na última sexta-feira, o governo dos Estados Unidos divulgou que o mercado de trabalho americano eliminou 17 mil vagas no mês passado -o primeiro resultado negativo desde agosto de 2003-, o que elevou ainda mais os temores de recessão na principal economia mundial.
Nem o índice que registra o pedido das fábricas americanas, que cresceu 2,3% em dezembro -a melhor variação em seis meses e 0,6 ponto percentual superior à de novembro-, ajudou a diminuir os temores de recessão.
O setor financeiro foi outro que teve um dia ruim ontem. O Merrill Lynch rebaixou as notas de Wells Fargo e Wachovia, dois dos maiores bancos dos Estados Unidos. As ações do primeiro se desvalorizaram em 6,72%, e as do segundo, em 8,33%. As do JP Morgan retrocederam 4,21%.
As ações dos bancos têm sofrido constantes desvalorizações devido aos temores de recessão e às perdas bilionárias em apostas em títulos lastreados em hipotecas de alto risco ("subprime"). Instituições como Merrill Lynch e Citigroup tiveram perdas de quase US$ 10 bilhões no quarto trimestre do ano passado.
O dia também foi negativo para o mercado de tecnologia. A Bolsa Nasdaq, que reúne as principais empresas do setor, caiu 1,26%. Os papéis do Yahoo!, alvo de oferta da Microsoft, subiram 3,35% -na última sexta, após o anúncio da proposta, eles se valorizaram em 47,97%. Já os de Microsoft e Google tiveram queda de 0,85% e 3,97%, respectivamente.
Na Europa, os mercados tiveram um dia volátil. Londres caiu 0,05%, e Paris, 0,09%. A Bolsa de Frankfurt teve alta de 0,46%. Com a Bolsa mexicana também não funcionando devido a um feriado local, o principal mercado latino-americano que operou ontem foi o argentino, onde o Merval subiu 1,93%.
Os principais mercados asiáticos tiveram uma dia de altas expressivas, resultado ainda da valorização na última sexta-feira nos EUA e na Europa. O índice Nikkei, do Japão, cresceu 2,69%. Na China, Xangai teve alta de 8,13%, com autoridades reduzindo o impacto econômico do rigoroso inverno.


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