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Queda das commodities intensifica perda no país
Ibovespa desce a menor nível em três meses e acumula queda de 6,8% no ano
Dólar chega a R$ 1,9, mas fecha a R$ 1,884; ações de Petrobras e Vale seguem commodities e terminam com perdas acima de 5%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A BM&FBovespa perdeu ontem os ganhos acumulados no
mês e passou a amargar perdas
de 6,79% em 2010. Após sofrer
recuo de 4,73% no pregão de
ontem, o índice Ibovespa foi a
63.934 pontos, mais baixo nível
desde novembro passado.
As perspectivas animadoras
para a economia brasileira neste ano não seguraram o mercado brasileiro. O dólar saltou
2,17% e terminou cotado a R$
1,884. A moeda americana passou a acumular apreciação de
8,09% no ano. No teto das operações no dia, o dólar chegou a
bater em R$ 1,90.
No segmento de mercado futuro da BM&FBovespa, o contrato de dólar com vencimento
em junho fechou ontem cotado
a R$ 1,93, o que indica que a
moeda deve se manter em patamares elevados.
Como a Bolsa brasileira conta com grande participação de
capital externo, o impacto da
fuga dos estrangeiros em busca
de segurança tem sido elevado.
Em janeiro, os estrangeiros
já haviam retirado importante
volume de capital da Bolsa: R$
2,1 bilhões. No mês passado, a
participação da categoria nos
pregões recuou para 28,03%,
vindo de 31,57% em dezembro.
"Podemos estar em condições econômicas melhores que
a de muitos países, mas o mercado não vai levar isso em consideração em um momento em
que a aversão ao risco voltou a
piorar no exterior. E o que vemos é o estrangeiro retirando
dinheiro da nossa Bolsa", disse
José Francisco Gonçalves, economista-chefe do banco Fator.
Commodities
Com os preços das commodities em queda diante das incertezas globais, a atratividade de
muitas das maiores ações de
empresas brasileiras ligadas às
matérias-primas diminui.
Entre as gigantes, houve queda de 5,21% em Vale PNA no
pregão de ontem; para Petrobras PN, o resultado foi de baixa de 5,11%.
A queda do petróleo ilustra
bem a tensão no mercado internacional. O barril do produto encerrou o dia em Nova York
com depreciação de 4,99%, cotado a US$ 73,14.
A Bolsa de Valores de São
Paulo operou no vermelho durante todo o pregão de ontem.
Todas as 63 ações que formam
o índice Ibovespa terminaram
as operações em baixa.
Na lista das maiores quedas
registradas ontem apareceram
as ações MMX Mineração ON,
com perdas de 7,82%, e OGX
ON, que recuou 7,10%. Forte
baixa também sofreu o papel
ON da BM&FBovespa, com recuo de 7,26%.
"A Bolsa e o câmbio no Brasil
estão ligados ao desempenho
das commodities. Em um dia
como hoje [ontem], de queda
expressiva do petróleo, não há
como escapar", afirma Alexandre Lintz, estrategista-chefe
para América Latina do banco
BNP Paribas. Para Lintz, o pacote fiscal anunciado pela Grécia é de difícil implementação e
sucesso. "O Brasil já passou por
muitas dessas crises fiscais, soltava um pacote, parecia que estava tudo certo e, no final, sabemos que não era bem assim."
Hoje a apresentação do relatório do mercado de trabalho
norte-americano pode trazer
ainda mais agitação às Bolsas.
Juros
No segmento de juros futuros da BM&F, o pregão foi tranquilo, com recuo das taxas. A
divulgação da ata do Copom
não sinalizou claramente se a
taxa básica Selic vai começar a
subir já no próximo mês. No
contrato DI mais negociado,
que vence no fim do ano, a taxa
foi de 10,35% para 10,25%.
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